A nova taxa para empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Taxa de Longo Prazo (TLP), vai permitir juros menores na economia no futuro e aumentar a potência de atuação do Banco Central (BC) no controle da inflação. A avaliação é do presidente do BC, Ilan Goldfajn.
Segundo Goldfajn, isso será possível porque os novos empréstimos terão taxa mais relacionada com o mercado. “A política monetária ficar mais potente significa que se consegue fazer políticas anticíclicas mais fortes, uma vez que uma parte maior do crédito é de mercado. Reduz os custos da desinflação. O fato de ser uma taxa de mercado gera bastante transparência”, disse.
“Ao longo do tempo vamos ter uma taxa de juros menor para os empréstimos do BNDES e para todas as taxas de juros da economia”, acrescentou.
A nova taxa será calculada mensalmente pelo Banco Central (BC) e começará a valer a partir de 1º de janeiro de 2018.
A TLP será composta pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e por taxa de juros real prefixada mensalmente, de acordo com o equivalente ao rendimento real das Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B) no prazo de cinco anos. A NTN-B reflete o custo de captação do Tesouro Nacional, o mais baixo do mercado, informou hoje (31) o Ministério da Fazenda.
Inicialmente, o cálculo não será feito integralmente com base nessa nova metodologia, mas vai convergir gradualmente no prazo de cinco anos para a remuneração integral da NTN-B. Até lá, parte do cálculo será feito com base na sistemática da Taxa de Juros de Logo Prazo (TJLP), definida trimestralmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para definir a TJLP, são levados em consideração dois fatores: centro da meta de inflação, atualmente em 4,5%, mais o Risco Brasil, indicador que mede a diferença entre os juros dos títulos brasileiros no exterior e os papéis do Tesouro norte-americano, considerados o investimento mais seguro do mundo.
Em janeiro, as duas taxas – TJLP e TLP – serão iguais: 7% ao ano, mas passarão a ser diferentes ao longo do tempo. Quando os contratos já firmados terminarem, a TJLP deixará de existir. Novos contratos, a partir de janeiro do próximo ano, serão feito com a TLP.
Ontem, o governo anunciou a redução da TJLP de 7,5% para 7% ao ano. Segundo o presidente do BC, a decisão foi tomada porque houve “queda substancial” do Risco Brasil, a inflação está menor e a taxa básica de juros, a Selic, está sendo reduzida. Goldfajn acrescentou que a decisão precisou ser tomada ontem, em reunião extraordinário do CMN, para dar tempo de estar publicada hoje (31) no Diário Oficial.
“Acho que a taxa atual de 7% é adequada. Não posso comentar sobre o futuro, mas me parece adequada”, disse Goldfajn.
Agência Brasil