Nesta quinta-feira (15), O Palácio do Planalto confirmou que o presidente Michel Temer se encontrou em 2010 no seu escritório político em São Paulo com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acompanhado de um “empresário” que estava interessado em ajudar campanhas do PMDB. A manifestação do governo foi em resposta a reportagens publicadas nos sites da revista Veja e do jornal Folha de S.Paulo, que afirmam que Márcio Faria, ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial, relatou em delação premiada que Temer e Cunha pediram recursos para a campanha eleitoral daquele ano em troca de beneficiar a empreiteira em contratos com a Petrobrás.
O executivo terminou ontem a fase de depoimento ao Ministério Público Federal. O Planalto afirmou que Temer “imagina” que o encontro em 2010 tenha sido com Faria, mas o presidente “não tem certeza porque não se lembra direito”. Esta é a segunda colaboração de funcionários da Odebrecht em que Temer é citado.
Durante a delação do ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, Cláudio Melo Filho, ele afirmou que o peemedebista pediu a Marcelo Odebrecht R$ 10 milhões para as campanhas do partido em 2014 durante encontro no Palácio do Jaburu.
Em respostas, o governo afirmou que não teve acesso à delação e informou que não sabe o que o ex-presidente da Câmara conversou com o executivo. “Se Eduardo Cunha teve algum tipo de acerto ou acordo, o presidente não participou disso”, disse um assessor de Temer.