Levantamento de uma empresa especializada no combate a fraudes no comércio eletrônico mostra que o varejo online brasileiro evitou R$ 1,4 bilhão em transações suspeitas no ano passado.
As fraudes, sejam as tentativas ou as consolidadas, no comércio eletrônico e na solicitação de cartões de crédito pela internet registraram um leve aumento em 2018, segundo a ClearSale.
Os números mostram que o percentual de transações fraudulentas foi de 3,42%, em 2017, para 3,53% no ano passado.
Em um ramo que movimenta bilhões todos os meses, fraudes representam prejuízos nas duas pontas da cadeia: para lojistas e consumidores.
“De cada R$ 100 gastos na internet em varejo com entrega física, quase R$ 3,50 foram tentativas de fraude ou fraude de fato efetivada”, exemplifica o diretor de soluções da ClearSale, Omar Jarouche.
A região Centro-Oeste lidera o percentual de fraudes, com 4,98%, seguida do Nordeste (4,59%) e do Norte (4,53%).
No Sul, apenas 1,69% das transações foram fraudulentas. O Sudeste, região com maior volume de compras online em todo o país, registrou 3,49%.
Os produtos mais comprados por golpistas são celulares, games, bebidas, eletrônicos e produtos de informática. Quase 10% das compras de smartphones são fraudulentas, segundo a ClearSale.
“O objetivo principal do fraudador é conseguir dinheiro, é liquidez. É muito raro o fraudador profissional fazer a fraude para ficar com o item. O que ele quer é vender e gerar dinheiro com aquilo”, acrescenta Jarouche.
Para os consumidores, a principal recomendação é atenção com o cartão de crédito e dados pessoais.
“O cartão tem que ser protegido, para que ninguém tire uma foto ou copie os números. Para as transações online, basta que eu tenha os dados do cartão para fazer essa fraude”, explicar o diretor da ClearSale.
Apesar disso, o cartão de crédito é considerado a forma mais segura para os consumidores, já que compras não reconhecidas podem ser contestadas junto ao banco. Normalmente o valor é estornado.
O executivo também alerta para que as pessoas jamais coloquem dados pessoais em sites que não são considerados seguros (com um cadeado ao lado da URL).
As fraudes envolvendo informações pessoais consistem em solicitar cartões de crédito ou empréstimos em nome das vítimas. Quando a pessoa descobre, muitas vezes já está com o nome sujo.
Outro golpe envolve boletos adulterados, cujo pagamento pelo produto ou serviço é desviado para contas que não são a da verdadeira loja. Esses casos, explica Jarouche diz, são os mais difíceis para o consumidor.
“A partir do momento em que o consumidor faz o pagamento [do boleto fraudado] ele terá muita dificuldade em conseguir o dinheiro de volta.”
R7