O machismo têm sido o principal tema polêmico da atual edição do Big Brother Brasil. Depois de Petrix ser eliminado e intimado a prestar depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro e de Hadson, Lucas e Prior mostrarem um comportamento tóxico após serem filmados criando planos sexistas contra algumas meninas, agora foi a vez de Pyong.
Na festa Guerra e Paz, o ilusionista, que tinha grande simpatia do público, assediou Flayslane (encostou sua mão na nádega dela) e Marcela (tentou beijar o pescoço). Seu comportamento chocou o público e seu nome virou o assunto mais comentado do Brasil no Twitter. Mesmo assim, parte do público está amenizando as falas e até defendendo Pyong, dizendo que “ele não fez nada demais”. “O machismo é algo que está enraizado em nossa sociedade através da cultura e da educação. Simplesmente reproduzimos ações, comportamentos e falas machistas sem se quer questionarmos porque fazemos isto”, analisa o terapeuta tântrico Mahaprabhu.
Desde o início desta edição do BBB, o comportamento de parte dos participantes do sexo masculino está causando mal-estar e desconforto tanto no público quanto nas mulheres do reality. O que se espera é que esse debate público provoque não só uma reação feminina como também uma reflexão por parte dos homens. “Livrar-se deste padrão é uma tarefa árdua para os homens, pois não há mudança caso não haja conscientização”, afirma Mahaprabhu, que aponta três passos para essa mudança:
”O primeiro passo é reconhecer que ocupamos um espaço de privilégio na sociedade e oprimimos de forma muito cruel as mulheres. Sem este primeiro passo fica ainda mais desafiado qualquer mudança significativa”, diz. “Uma vez reconhecendo que ocupamos este espaço de poder, cabe a cada um exercitar a mudança de comportamento. Trata-se de um exercício diário de identificação de comportamento, reflexão sobre o ato e escolha em fazer diferente”.
Para o terapeuta, o terceiro passo é ser um multiplicador. “Não mais se ocultar e sim implicar outros homens nesta mudança. Infelizmente muitos homens ainda não despertos nesta causa, só vão escutar a fala de outro homem. Mas não pensem que por ser um multiplicador, este cara não é mais machista, pois o exercício de desconstrução é diário. Aprender com o feminismo e escutar às mulheres é imprescindível sempre”.
Mahaprabhu comanda o projeto TantrAmor ao lado da companheira, a também terapeuta tântrica Satta Flor. A iniciativa é composta pelo site tantramor.com.br, o canal do YouTube de mesmo nome e e uma agenda mensal de encontros, oficinas e workshops realizados pelo Nordeste que difundem os benefícios da terapia tântrica. Um desses momentos é o Entre Homens, uma roda de conversa franca, com práticas meditativas e corporais diversas, que ajudam os homens a entenderem mais sua sexualidade. “Os temas mudam a cada encontro, mas a desconstrução do machismo está presente sempre”, afirma Mahaprabhu sobre o encontro realizado uma quinta-feira por mês.