O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã deste sábado (20) que fará mais trocas no governo nas próximas semanas. A declaração ocorreu durante participação na cerimônia de entrada dos novos alunos para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas, interior de São Paulo. Ele estava acompanhado dos ministros do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, o general Augusto Heleno, do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e do ministro-chefe, Luiz Eduardo Ramos Batista.
Bolsonaro fez a declaração um dia após anunciar a troca do comando na Petrobras. Em nota divulgada em rede social, o mandatário informou que Roberto Castello Branco seria substituído pelo general Joaquim Silva e Luna, ex-diretor geral da usina Itaipu Binacional. “Problemas hoje tenho e temos que decidir. Pior do que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Tenho que governar, trocar as peças que por ventura não estão dando certo”, disse.
“Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, na semana que vem teremos mais trocas. O que não me falta coragem para decidir pensando no bem maior da nossa nação”, disse. “O mis fácil é se acomodar e se aproximar daqueles que não tem compromisso com a sua pátria e assim usufruir de benesses. Da nossa parte, da minha equipe de ministros isso não ocorrerá.”
A solenidade teve como objetivo formalizar a matrícula dos alunos cadetes no Exército. O ingresso é feito por meio de um concurso para jovens do sexo masculino e feminino. São cerca de 419 alunos que participam do desfile. Os alunos receberão uma boina simbolizando o início das carreiras no Exército Brasileiro.
A indicação do nome de Silva e Luna precisa, no entanto, ter aprovação do conselho de administração da Petrobras. Bolsonaro não tem poder formal para demitir Castello Branco. A decisão cabe ao conselho, formado por membros indicados pelo governo, mas que atuam com independência. O conselho deve se reunir na terça-feira (23) e deve discutir a troca.
Com os seguidos aumentos no preço dos combustíveis, Bolsonaro já havia demonstrado insatisfação com o comando da Petrobras. Nesta sexta, durante visita à cidade de Sertânia, em Pernambuco, ele reafirmou que faria “mudanças” na Petrobras após mais um reajuste no preço dos combustíveis, anunciado pela estatal nesta quinta-feira (18).
“Jamais vamos interferir nesta grande empresa e na sua política de preços, mas o povo não pode ser surpreendido com certos reajustes”, disse. Durante a visita ele ainda mandou um recado: “exijo e cobro transparência de todos aqueles que eu tive a responsabilidade de indicar”.
Algumas horas antes, em uma live para eleitores nesta quinta-feira (18), o presidente também falou de fazer trocas na empresa. A fala gerou uma reação negativa do mercado, e a empresa teve queda de até 7,92% de suas ações na sexta.
Silva e Luna é general de Exército da reserva e foi ministro da Defesa do governo Michel Temer. Ele foi o primeiro militar a ocupar o Ministério da Defesa desde a sua criação em 1999 e, agora, também marca a volta de um ex-ocupante das Forças Armadas no comando da Petrobras.
O general incorporou-se ao Exército em 10 de fevereiro de 1969, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Foi declarado aspirante-a-oficial de Engenharia em 16 de dezembro de 1972.
Ele possui pós-graduação em Política, Estratégia e Alta Administração do Exército e em Projetos e Análise de Sistemas. Também fez Mestrado em Operações Militares e Doutorado em Ciências Militares. Em 2015, o general foi nomeado como novo secretário-geral do Ministério da Defesa. Em janeiro de 2019, foi nomeado pelo presidente Bolsonaro como o diretor-geral da Usina Itaipu Binacional.
R7