Especialista fala sobre prevenção, formas de controle e tratamento da acne.
Oitenta por cento (80%) dos adolescentes, entre 11 e 20 anos, sofrem com acne, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O rosto costuma ser o local preferido, mas o problema também pode aparecer nas costas, ombros e peito. Os principais responsáveis por isso são os hormônios sexuais que começam a ser produzidos nesse período da adolescência e promovem alterações na pele.
Por trás da acne, está um mecanismo que envolve aumento da secreção sebácea, obstrução dos poros, proliferação de bactérias e inflamação. A médica dermatologista da Clínica Osmilto Brandão, em Salvador, e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia(SBD), Dr.ª Lorena Marçal explica que a acne pode ser classificada em não inflamatória, quando é marcada pelo aparecimento de cravos, e inflamatória, quando surgem lesões com formação de pus, nódulos ou cistos.
Temida pelos adolescentes e muitas vezes com reflexos em sua autoestima, algumas situações podem aumentar a acne nessa fase da vida. “Pode ocorrer uma piora devido a situações de estresse ou durante o período menstrual”, observa Dr.ª Lorena. “Além disso, o uso de certos medicamentos como corticoides, vitaminas do complexo B, exposição exagerada ao sol, hábito de mexer nas lesões e uso excessivo de maquiagens podem agravar a acne”, acrescenta.
Xô espinhas – alguns cuidados podem ser tomados para prevenir o problema ou evitar seu agravamento. Em relação à prevenção, a médica alerta para a importância de uma higienização adequada com sabonetes ou produtos indicados especialmente para pele acnéica ou oleosa. Outra dica é evitar dietas ricas em carboidratos em função da carga glicêmica, que pode gerar alterações em parâmetros bioquímicos e endócrinos relacionados ao desenvolvimento da acne. Aqueles chocolates irresistíveis devem ser consumidos com moderação.
Já para evitar que a situação piore, é importante não manipular as lesões e proteger a pele com filtro solar. A limpeza de pele, quando indicada pelo dermatologista e bem executada por um profissional treinado, também pode dar uma ajudinha extra na hora de controlar o problema.
Para fazer as pazes com o espelho de vez, diversos tratamentos estão disponíveis atualmente para acne. O mais indicado para cada pessoa vai depender da localização e da gravidade da situação. Segundo Dr.ª Lorena, em quem tem acne mais leve, o tratamento pode ser apenas local, com substâncias como ácido salicílico, peróxido de benzoíla, retinoides, antibióticos e ácido azeláico.
Para quadros mais inflamados, devem ser usados antibióticos específicos da classe das ciclinas, macrolídios ou sulfas, sempre associados ao tratamento local com retinoides ou peróxido de benzoíla ou ácido azeláico.