Resultados de uma análise interina dos estudos da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca (ChAdOx1) mostram que o produto tem “perfil de segurança aceitável” e “se mostrou ser eficiente contra covid-19 sintomática”.
Segundo o artigo, publicado nesta terça-feira (8) na prestigiada revista científica The Lancet, “a eficácia geral da vacina foi de 70,4%”.
Mas os pesquisadores ressaltam um fato que já havia sido divulgado, mas vai exigir investigação adicional. Participantes que receberam uma dose inicial menor seguida de uma dose completa no intervalo de algumas semanas apresentaram 90% de proteção contra a covid-19.
O estudo, todavia, foi desenhado com duas doses completas, que garantiram 62,1% de proteção nos grupos que as receberam. Ainda assim, é um número acima do mínimo exigido no Brasil, que é de 50% de eficácia.
Por outro lado, abaixo do que outras concorrentes têm apresentado. Pfizer e Moderna, por exemplo, afirmam que as vacinas possuem cerca de 95% de proteção.
O grupo de cientistas analisou dados de 11.636 voluntários (de um total de 23.848 inscritos) no Reino Unido e no Brasil.
Segundo o estudo, a ChAdOx1 apresenta poucos efeitos colaterais e que “são menores em intensidade e número em adultos mais velhos, com doses mais baixas, e após a segunda dose”.
O artigo traz também um caso de mielite transversa diagnosticado 14 dias após a dose de reforço, em um voluntário no Reino Unido. O evento acabou paralisando os estudos em setembro.
No entanto, os autores dizem que o comitê independente que analisou a doença como “idiopática”, ou seja, que se manifesta espontaneamente ou de origem desconhecida.
Outros dois casos da mesma doença foram relatados durante o estudo, sendo que um dos voluntários estava no chamado braço de controle (que recebeu a vacina contra tuberculose) e o terceiro no grupo vacinado. Nenhuma relação entre o imunizante e a mielite transversa foi estabelecido até o momento.
“O monitoramento cuidadoso da segurança, incluindo eventos neurológicos, continua nos ensaios. Toda segurança os dados serão fornecidos aos reguladores para revisão”, escrevem os pesquisadores.
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