Chico Araújo
Já tinha assistido o primeiro show da turnê em Salvador, na Arena Fonte Nova, debaixo de muita chuva.
Mas, não resisti. Fui novamente ontem, na Concha Acústica e pude observar com mais atenção ao show dos caras.
Essa resenha não é sobre eles, mas um pouco sobre mim.
Acompanho a banda desde a formação com os 8 caras. Fromer se foi há algum tempo. A filha Alice foi convidada e faz o vocal de duas músicas numa homenagem bacana.
Sou fã, não nego. É sensacional saber cantar cada uma das músicas do show. Algumas atrapalho a letra, mas a maioria me tirou a voz absolutamente.
Letras atuais, algumas atualizadas como “Nome aos bois”, que ganhou mais um personagem, o nome de um ex-presidente foi incluído à lista que tem Stalin e Hitler como personagens principais.
Em alguns momentos o som falhou, mas é um espetáculo visual comemorando a vida dessas sete figuras que resolveram se reunir novamente. Há algum tempo a banda virou um quarteto, às vezes um trio. Arnaldo Antunes e Nando Reis saíram em carreira solo. Miklos hoje é ator premiado. Branco Melo se recuperou de um câncer na faringe e usa de sua nova voz como um troféu à sobrevivência. Belloto, Sérgio Brito e o fantástico baterista Charles Gavin seguraram a onda da banda.
Amo cantar “bichos escrotos”, mas não minto, choro sempre em alguns versos de “Marvin” – uma história pessoal -. Chorei mais uma vez. Ainda bem que ninguém notou.
Se perdesse a oportunidade de assistir a essa despedida da banda completa – afinal o show se chama “Pra dizer Adeus – estaria arrependido.
Bom relembrar que a década de 1980 ofereceu ao Brasil o melhor do rock. Mas, o show, de muitas batidas punk, teve baladas também. Nando Reis é um dos melhores letristas do Brasil.
Meu Titã favorito…? talvez Sérgio Britto, pela voracidade vocal em algumas interpretações. Mas Gavin é bom pra baralho.
Tô chegando aos 60, mas me senti menino novamente.
Obrigado Titãs.