O sétimo campeonato de Fórmula 1 de Lewis Hamilton, marca que igualou um recorde, provocou especulações sobre um título de cavaleiro, mas o britânico, preterido até hoje, preferiu destacar os “heróis anônimos”. O piloto de grande prêmio mais bem-sucedido da história, e o único negro, foi cogitado com frequência nos últimos anos como mais um cavaleiro esportista do Reino Unido, mas ignorado com a mesma regularidade.
O tenista Andy Murray, o corredor Mo Farah, o ciclista Bradley Wiggins e o jogador de críquete Alastair Cook são ‘sirs’, mas o único reconhecimento de Hamilton até hoje foi um MBE – concedido a centenas de pessoas por ano – em 2008.
O chefe da Mercedes, Toto Wolff, insinuou no ano passado que o piloto de 35 anos, que vem de um meio multirracial desfavorecido, continua subestimado em casa, senão no exterior. A residência de Hamilton em Mônaco e seus arranjos tributários são citados com frequência em debates nas redes sociais como uma percepção persistente da F1 como privilegiada e poluidora.
Vencedor de 94 corridas, um recorde, Hamilton disse que tem mais consideração por outros depois de ganhar o Grande Prêmio da Turquia no domingo.
“Penso em pessoas como meu avô, que serviu na guerra, penso no Sir capitão Tom (Moore)”, disse ele, referindo-se ao ex-soldado de 100 anos que angariou mais de 32 milhões de libras para o Serviço Nacional de Saúde britânico. “As pessoas que estão cuidando de hospitais, os enfermeiros e médicos que estão salvando vidas durante o momento mais duro de todos. Penso nestes heróis anônimos e não me vejo como um herói anônimo.”
Agência Brasil