O Tocantins registrou quase 800 mil raios nos primeiros nove dias de 2018. A informação é do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre 1º e 9 de janeiro foram 785.860 raios no estado. Duas pessoas morreram atingidas por descargas elétricas.
O caso mais recente foi na zona rural de Araguatins, no norte do Tocantins. A estudante Cleidiane Lima Rodrigues, de 14 anos, foi atingida enquanto estava na área de casa. Amigos da família disseram que o raio atingiu a fiação antes de chegar na adolescente, que morreu na hora. Outras duas pessoas ficaram feridas.
No dia 2 de janeiro a dona de casa Maria Edileusa Campos Ferreira, de 52 anos, também morreu ao ser atingida por um raio. O caso foi debaixo de uma árvore na zona rural de Pau D’arco, no norte do Tocantins. O acidente também deixou a filha dela de 16 anos e duas sobrinhas feridas. A filha contou que eles perceberam o tempo fechando e se preparavam para deixar o local quando o raio caiu na árvore.
Em todo o país foram quase 80 milhões de raios ao longo de 2017, o Tocantins tem a maior incidência por quilômetro quadrado. De acordo com o meteorologista José Luiz Cabral, o tipo de nuvens e a posição geográfica do estado influenciam neste resultado.
“Vários fatores contribuem para essa alta densidade sobre o estado do Tocantins. Primeiro a proximidade com a linha do Equador, onde recebemos muita energia e muito sol. Depois a dinâmica da nuvem que produz chuva no estado, com características de tempestade.”
O maior número de casos é na zona rural. Desde que o ano começou mais de 100 cabeças de gado já morreram. O prejuízo estimado é de R$ 300 mil. “Nunca imaginava que acontecesse na minha. Tô muito emocionada. Nunca esperava acontecer um trem desses”, diz emocionada a fazendeira Carmelita Martins, uma das prejudicadas.
O major Diogenes Madeira, da Defesa Civil, deu algumas orientações para quem quiser evitar acidentes. “Que as pessoas se abriguem em local seguro. Local seguro não é debaixo de árvore, não é embaixo de torres, não é recomendado. Procure um local seguro para estar se abrigando, se puder se abrigar dentro de um veículo também é recomendado”, diz ele.
G1