A Fiat Toro pode realmente ser comparada a um touro. A picape é bonita, imponente e tem traços bem musculosos, assim como o animal. Mas se compararmos a versão Freedom 1.8 flex com o mamífero, as semelhanças ficam apenas na parte visual, pois na força… Deixa muito a desejar.
A segunda picape mais vendida do Brasil, atrás apenas da Fiat Strada, com uma diferença de pouco mais de 100 emplacamentos até o final de outubro, tem como seu principal atributo o design e o conforto. Isso é praticamente inegável para quem já entrou na Toro. Mas o problema da versão de entrada da picape está justamente no que mais importa: desempenho e consumo.
Antes de tudo, vamos aos números. O motor 1.8 flex automático de seis marchas (AT6) entrega 139/135 cv (etanol /gasolina), torque máximo de 19,3/18,8 kgfm de torque, 1619 kg e relação peso/potência de 11,6. Com o motor em combustão, as deficiências da versão Freedom aparecem de forma muito rápida.
Sua arrancada é bem lenta e “pesadona”, trabalhando com rotações acima dos 3.000 rpm até chegar em uma velocidade de 50,60 km/h, onde a dirigibilidade é mais agradável e macia, fazendo trocas abaixo dos 2.000 rpm. Mas até chegar a este ponto, o consumo é bem elevado, registrando, em média, 5,2 km/l com etanol e 6,5 km/l com gasolina. As trocas de marcha são suaves e dão poucos trancos, menos nas reduções, onde o giro vai lá para o alto, sem necessidade alguma; uma ótima saída são as borboletas no volante (item de série), que tornam a trocas mais agradáveis e precisas, e reduz, mesmo que pouco, o consumo da picape.
A versão de entrada não possui tração 4×4, tendo um apelo mais urbano do que aventureiro. A suspensão traseira multilink se destaca. Com ela, a picape tem bastante firmeza em solos irregulares e balança pouco, tornando a dirigibilidade agradável em terrenos trepidantes e entregando boa estabilidade em curvas, mesmo em velocidades elevadas.
De série, a picape entrega Controle de tração e estabilidade, ar-condicionado, banco do motorista com regulagem de altura, chave-canivete, computador de bordo, direção elétrica, Isofix, airbag duplo frontal, freios ABS com EBD, lanternas com leds, santantônio, sistema multimídia (rádio, entrada USB/AUX, Bluetooth), revestimento de caçamba, sensor de estacionamento traseiro, vidros elétricos dianteiros e traseiros, volante com regulagem de altura e profundidade e lanterna de neblina.
O desempenho da versão Freedom 1.8 flex não é decepcionante, nem empolgante, é comum. Na balança, o peso tende mais ao negativo quando colocamos tudo na ponta do lápis e chegamos a um preço que parte dos R$ 90.990.
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