Duas crianças vítimas da tragédia em creche de Janaúba (MG) morreram na tarde desta sexta-feira (6). As vítimas fatais chegam a nove pessoas. As duas crianças estavam em estado grave e haviam sido transferidas para Montes Claros. Cecília Davina Gonçalves Dias e Yasmim Medeiros Sabino tinham 4 anos.
Os pacientes mais graves da tragédia na cidade mineira, quando o segurança de uma creche ateou fogo em crianças – foram todos encaminhados para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, referência em queimaduras no estado.
Outras vítimas foram transferidas para Montes Claros e outras permanecem no município. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (6) em entrevista coletiva que reuniu autoridades na prefeitura da cidade. O governador Fernando Pimentel esteve em Janaúba para acompanhar os trabalhos de assistência aos feridos e aos familiares das vítimas.
Na manhã desta quinta-feira (5), o vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, entrou na escola na qual trabalhava e ateou fogo nas crianças e em si mesmo. O vigia foi uma das vítimas fatais. Também morreu a professora Helley Abreu Batista, de 43 anos, que chegou a tentar impedi-lo fisicamente, e que ajudou no resgate de crianças.
A creche Gente Inocente, do Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI), no bairro Rio Novo, é pública e recebe crianças de zero a seis anos.
O médico responsável pela equipe médica que atendeu as vítimas, Helvécio Albuquerque, disse que graças à “atuação conjunta de polícias, Corpo de Bombeiros, profissionais da saúde e de voluntários, além da sociedade civil, foi possível fazer todos os atendimentos e encaminhamentos necessários”.
Segundo Albuquerque, além do atendimento imediato, as vítimas vão precisar de uma série de cuidados, devido às queimaduras, e de acompanhamento psicológico, tanto para as vítimas quanto para as famílias. Segundo Albuquerque, quatro pessoas estão com 80% ou mais do corpo queimado, sendo que queimaduras que atingem acima de 70% do corpo são consideradas gravíssimas.
A prefeitura reforçou a necessidade de doações, que servirão tanto para questões imediatas quanto para garantir a qualidade do acompanhamento futuro das vítimas e famílias. Até o momento, foram arrecadados R$ 177 mil. A prestação de contas deverá ser feita mensalmente ao Ministério Público.
Doações
Em nota divulgada nesta sexta-feira (6), a Prefeitura Municipal de Janaúba pede o apoio da população. O Hospital Regional e Fundação de Assistência Social de Janaúba (Fundajan) precisam de doações de luvas de procedimento, dipirona injetável, soro fisiológico, agulhas, morfina, entre outros. Além de água mineral, roupas para crianças e roupas de cama. As doações podem ser entregues na própria prefeitura. O órgão também recebe doações por transferência bancária.
Nesta quinta-feira (5), em nota, o Ministério da Saúde informou que irá ajudar no que for preciso, desde o custeio ou envio de materiais hospitalares, bem como apoio técnico para a o tratamento dos casos.
JB com Agência Brasil