Três em cada quatro brasileiros conhecem alguém que morreu em decorrência da covid-19, seja um parente, um amigo ou um colega de trabalho. A perda de pessoas próximas para a doença é ainda mais frequente entre as pessoas com mais de 60 anos de idade, quem fez faculdade e entre brasileiros que recebem até um salário mínimo (R$ 1.100) por mês.
Os dados fazem parte de uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada nesta segunda-feira (3). O relatório, encomendado ao Instituto FSB, foi produzido a partir de pesquisa amostral com entrevista de 2.010 pessoas, entre 16 a 20 de abril.
Entre estes brasileiros que conhecem vítimas, mais da metade perdeu amigos (53%), outros 25% se despediram de parentes e 15% tiveram colegas de trabalho mortos pela doença.
Entre as mulheres, 77% disseram que perderam pessoas queridas para a doença, enquanto esse percentual chega a 74% entre os homens.
Em relação à idade, os mais velhos são aqueles que mais conhecem pessoas que perderam a batalha para a doença. Entre idosos com mais de 60 anos, 78% conhecem alguém que morreu assim. Entre brasileiros com idade entre 16 e 24 anos, por outro lado, 65% perderam pessoas próximas.
Os mais escolarizados também lideram o ranking entre os que conheciam vítimas da doença. Entre os brasileiros com ensino superior, 77% eram próximos de mortos pela covid-19. O percentual cai para 74% entre aqueles que estudaram até a quarta série.
A renda é outro ponto que chama a atenção: 78% dos brasileiros que ganham até um salário mínimo (R$ 1.100) conhecem alguém que foi a óbito. Entre os que ganham mais de 5 salários mínimos (R$ 5.500), esse percentual cai para 70%.
O levantamento também mostrou que cresceu a preocupação da população com a pandemia. A situação é considerada grave ou muito grave para 89% dos brasileiros. Além disso, 44% da população acreditam que o número de casos e mortes provocados pela pandemia de coronavírus vai aumentar ou aumentar muito nos próximos dois meses.
A idade mostra a diferença de expectativas dos brasileiros para os próximos meses: 54% da população de 16 a 24 anos acreditam que a contaminação vai piorar, 48% das pessoas entre 25 a 40 anos fazem a mesma avaliação, 40% da população entre 41 e 59 anos acham que o número de casos e mortes deve aumentar e 34% das pessoas com mais de 60 anos têm essa percepção.