A pesquisa divulgada hoje é referente à América Latina e Caribe, com entrevistas a 22.302 pessoas residentes em 20 países da região. Os dados foram coletados em maio e junho de 2016, quando a Operação Lava Jato estava no seu auge, e fazia perguntas com relação aos 12 meses anteriores.
Sobre experiências com pagamentos de propina para ter acesso a serviços públicos, os brasileiros tiveram a menor taxa na região, com exceção dos residentes de Trinidad e Tobago: apenas 11% dos entrevistados no Brasil disseram ter repassado propina para acessar serviços de saúde, educação, saneamento, polícia, justiça ou emissão de documentos (contra 6% dos residentes em Trinidad e Tobago). Na outra ponta, estão México (51%) e Peru (39%).
O estudo mostra ainda que, para 78% dos brasileiros entrevistados, o nível de corrupção aumentou no País entre 2015 e 2016.
O levantamento mostra também que 83% dos brasileiros consultados “acreditam que pessoas comuns podem fazer a diferença na luta contra a corrupção”. É a maior taxa da região (Costa Rica e Paraguai vêm em seguida, com 82%).
O Barômetro Global é apontado como a pesquisa de opinião mais importante no mundo sobre comportamentos relacionados à corrupção.
“A pesquisa que publicamos hoje reforça o entendimento de que o combate vigoroso que o Brasil está dando à corrupção não pode ser compreendido apenas pelo avanço institucional e a ação de setores do Ministério Público, Polícia e Judiciário, mas também pelo amplo respaldo da sociedade brasileira a esta causa”, afirma Bruno Brandão, representante no Brasil da Transparência Internacional.
— E os resultados da pesquisa revelam que o Brasil se destaca de todos os demais países da região neste aspecto.
A pesquisa aponta que o brasileiro é um dos que mais acredita ser socialmente aceitável denunciar casos de corrupção (Costa Rica, 75%, Brasil, 74%, Guatemala e Uruguai, 71%).
Além disso, 81% dos entrevistados no país responderam que, se testemunhassem um ato de corrupção, se sentiriam pessoalmente obrigados a denunciá-lo — esta taxa só é maior no Uruguai (83%) e na Costa Rica (82%).
O Barômetro informa que “uma quantidade expressiva dos entrevistados no Brasil respondeu que denunciaria um ato de corrupção mesmo se tivesse que passar um dia inteiro em um Tribunal (Brasil 71%; Uruguai 70% e Costa Rica 66%)”.
R7