Um levantamento mostra que o consumo de maconha nos Estados Unidos cresceu 71% entre adultos com 50 anos ou mais entre 2006 e 2013. Na faixa dos 65 em diante, a prevalência de uso foi comparativamente mais baixa, mas, mesmo assim, aumentou 2,5 vezes no mesmo período. Os dados ajudam a derrubar o mito de que indivíduos mais maduros são avessos a drogas recreativas.
O trabalho foi feito por equipes do Centro de Pesquisa sobre Uso de Drogas e HIV (CDUHR, na sigla em inglês) e da Universidade de Nova York , e publicado no periódico Addiction. Os pesquisadores analisaram as respostas de mais de 47 mil norte-americanos com 50 anos ou mais da Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde.
A pesquisa mostra que a prevalência é mais alta entre os homens. Apenas 5% desses adultos mais maduros acreditam que fumar maconha uma ou duas vezes por semana pode trazer algum risco grave à saúde. E a maioria começou a usar a substância antes dos 18 anos. O seja: eles pararam e voltaram a fumar de novo recentemente.
Para os autores, a recente legalização do uso recreativo de maconha em alguns Estados norte-americanos e do uso medicinal em 27 deles pode explicar essa tendência.
Embora muita gente pense nos jovens quando se fala em maconha, os pesquisadores afirmam que a geração Baby Boomer é a que concentra as maiores taxas de uso. Esses indivíduos sentiram diretamente a influência do fim da década de 1960, quando a droga ganhou muita popularidade.
Os autores acreditam que os maiores riscos, nessa faixa etária, sejam o uso associado de várias substâncias ao mesmo tempo (maconha, medicamentos e álcool, por exemplo) e também a propensão a quedas.
Embora as pesquisas mais recentes tenham se concentrado no impacto da droga no cérebro em desenvolvimento dos adolescentes, tudo indica que está na hora de estudar um pouco mais os efeitos que os avôs deles podem ter ao fumar maconha.
uol