Não há qualquer relação entre os coágulos sanguíneos e a vacina contra a covid-19 produzida pelo laboratório britânico AstraZeneca, defendeu nesta segunda-feira (15) o diretor da equipe científica da Universidade de Oxford que desenvolveu o medicamento após sua suspensão por vários países.
Andrew Pollard, diretor do grupo de vacinas de Oxford, garantiu que “há evidências muito tranquilizdoras de que não há aumento no fenômeno dos coágulos aqui no Reino Unido, onde a maioria das doses na Europa foi administrada até agora.”
“É absolutamente essencial que não tenhamos o problema de não vacinar as pessoas e correr um risco enorme, um risco conhecido da covid-19, em comparação com o que os dados que obtivemos dos reguladores mostram até agora: nenhum sinal de problema”, sublinhou em declarações à BBC Radio 4.
Irlanda e Holanda se somaram, neste domingo (14), à lista de países que proibiram as aplicações do imunizante de Oxford, principalmente da Europa, que suspenderam o uso da vacina AztraZeneca por precaução.
Anteriormente, a Dinamarca, a Noruega e a Tailândia tinham feito isso.
O laboratório reiterou em comunicado, ontem, que não há evidências de aumento de coágulos sanguíneos com a administração da vacina, após analisar os resultados de 17 milhões de doses.
Como os cientistas de Oxford que desenvolveram a vacina, a AstraZeneca argumentou que os 15 casos de trombose venosa profunda e os 22 casos de embolia pulmonar que ocorreram entre as pessoas que receberam a vacina representam uma porcentagem “muito menor do que seria esperado que ocorresse naturalmente em uma população geral ”
“A natureza da pandemia levou a uma maior atenção a casos individuais e estamos indo além das práticas normais de triagem de segurança”, disse Ann Taylor, diretora-médica da AstraZeneca.
“Em termos de qualidade, também não há problemas confirmados em relação a nenhum lote da nossa vacina usada na Europa, nem no resto do mundo”, acrescentou.
Tanto a OMS (Organização Mundial de Saúde) como a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) afirmaram que não há evidências de que o uso da vacina Astrazeneca deva ser interrompido.