A empresa de biotecnologia da Califórnia (EUA) Vaxart informou nesta quarta-feira (3) que a vacina contra covid-19 em comprimido desenvolvida por ela teve resultados positivos na primeira fase de testes em humanos.
A chamada VXA-CoV2-1 apresentou boa tolerância e imunogenicidade (foi capaz de desenvolver anticorpos em quem tomou) após duas doses.
Segundo a empresa, 495 voluntários já receberam a vacina contra covid-19 por via oral e nenhum evento adverso grave foi relatado. Os efeitos colaterais mais comuns foram leves e, principalmente, de natureza gastrointestinal.
A vacina tem como objetivo também desencadear proteção por meio de células T, de defesa, e não apenas por anticorpos (IgG), como muitas vacinas de primeira geração foram criadas.
O médico Sean Tucker, diretor-científico da Vaxart, afirmou em comunicado que a forma como essa vacina — considerada de segunda geração — foi desenvolvida pode torná-la mais efetiva contra novas variantes do coronavírus.
“As células T podem fornecer proteção reativa cruzada de longa duração contra cepas atuais e emergentes do vírus. Nossa vacina induziu uma alta porcentagem de células T CD8 + respondentes contra as proteínas spike (S) e nucleoproteína (N), que podem fornecer proteção contra variantes com alterações na proteína S de mudança mais rápida. Esperamos que nossa vacina seja menos afetada por novas variantes do que vacinas injetáveis.”
Com os resultados de hoje, a Vaxart planeja iniciar em breve os estudos de fase 2 em indivíduos que nunca tiveram covid-19. O objetivo será avaliar a dosagem ideal e, em seguida, a taxa de eficácia.
Outro braço da pesquisa vai avaliar a vacina oral como potencial reforço de imunidade para quem já foi vacinado previamente ou teve covid-19.
Assim como as vacinas russa Sputnik V, chinesa da CanSino e da Janssen, a produzida pela Vaxart utiliza um adenovírus — neste caso o do tipo 5 (Ad5), causador de resfriado comum — para levar genes codificados, como se fossem pedaços, do coronavírus e então despertar uma resposta imunológica contra o vírus causador da covid-19.
Além da Vaxart, a australiana Symvivo e a também californiana ImmunityBio desenvolvem versões orais de vacinas contra covid-19.
R7