O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta quinta-feira (22) que a vacina contra a covid-19 “vai ser produzida no Brasil” e que “todo mundo pode comprar”, desde que o imunizante tenha certificação dada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“A vacina vai ser produzida no Brasil, gente. Agora sou que eu estou entrevistando. O que o ministro (Eduardo Pazuello) falou? A vacina vai ser produzida aonde? No Butantan. A vacina vai ser produzida pelo Butantan. Os insumos que vêm da China”, afirmou Mourão.
A declaração do vice-presidente ocorre um dia após a polêmica da intenção de compra de 46 milhões de doses da Coronavac, vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Butantan, órgão ligado ao Estado de São Paulo.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, encaminhou ofício ao diretor-geral do Butatan na segunda-feira (19) demonstrando o interesse da compra da vacina. O documento, ao qual o R7 Planalto teve acesso, mostra também que a dose seria vendida por US$ 10,30 (dez dólares e trinta centavos).
A intenção de compra, avaliam interlocutores, gerou prestígio para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), adversário de Bolsonaro. Por isso, logo pela manhã, o presidente desautorizou Pazuello e afirmou que o governo federal não iria comprar a “vacina chinesa”.
Em seguida, o Ministério da Saúde declarou, em entrevista coletiva, que não comprará doses da Coronavac. Bolsonaro, por sua vez, disse à tarde que, por ser ele o presidente, que era para cancelar o contrato, caso assinado.
O vice-presidente Mourão reafirmou o comunicado feito pelo Ministério da Saúde. “Eu acho que está muita especulação em cima disso. Quanto a posição correta, o Ministério da Saúde já colocou. Qualquer vacina que esteja comprovadamente testada e posteriormente certificada pela Anvisa estará à disposição para ser adquirida”, disse.
Mourão acrescentou que “todo mundo pode comprar” o imunizante. “O Estado pode comprar, os Estados também, aqueles que têm recursos, desde que Anvisa certifique e ela só vai certificar aquilo que está comprovadamente testado”.
R7