A médica pediatra Ludmila Carneiro explica a motivação e a efetividade do imunizante para a saúde das crianças
Neste mês de julho teve início a vacinação de crianças de 3 a 5 anos de idade contra a covid-19, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o imunizante, mediante os estudos de efetividade e segurança da vacina para essa faixa etária. Logo após a aprovação, Salvador deu início a aplicação em diversos pontos da capital baiana.
Com isso, as dúvidas sobre a vacinação em crianças voltaram a ser questionadas pelos pais e responsáveis. Muitos se dividem nesta questão, entretanto, estudos e pesquisas dos imunizantes se mostram cada vez mais seguros, de acordo com a médica pediatra e sócia da Clínica CSI, Ludmila Carneiro. “Os dados mostraram um perfil de prevenção à hospitalização de 55%, o que é acima do que é definido internacionalmente como a meta mínima para se aprovar uma vacina. Ela atende aos critérios necessários de qualidade e segurança para o uso em crianças”, afirma Ludmila.
Proteção
As vacinas atuam na prevenção, induzindo a criação de anticorpos por parte do sistema imunológico. Reduzem a possibilidade de infecção, porém caso a infecção ocorra, a vacina evitará sua evolução para quadros mais graves e principalmente a morte. É importante saber que há uma demora de alguns dias para esta resposta do organismo.
“Nos primeiros dias após a vacinação, pode ocorrer tanto a manifestação de uma infecção que pode ter ocorrido alguns dias antes, como também é possível se infectar e transmitir a doença antes que comece a produção de anticorpos. Por isso, é fundamental manter as medidas de prevenção e higiene. Como ocorre com toda vacina, esse imunizante também pode apresentar reações. Febre baixa, dor no braço e mal-estar são alguns dos efeitos adversos apresentados por algumas crianças após a vacinação com a Coronavac”, comenta Ludmila.
É importante saber que para ser imunizado é necessário tomar as duas doses da vacina. A segunda dose deve ser aplicada num intervalo de 28 dias em relação à primeira dose. Assim como ocorre em adultos, o esquema vacinal de crianças e adolescentes é composto por duas doses. A decisão foi tomada com base em evidências científicas.
Riscos à saúde
Ludmila Carneiro alerta que crianças com Covid-19 podem desenvolver a síndrome inflamatória multissistêmica – uma doença rara, mas grave. O quadro está associado a uma inflamação que afeta diferentes órgãos do corpo e requer cuidados especializados e até mesmo intensivos.
“A vacinação das crianças pode evitar que ele adoeça, seja internado e que tenha problemas a longo prazo de cognição, concentração, insônia, aprendizado e de fadiga crônica. Quem se vacina diminui as chances de contrair doenças e ainda protege aqueles com quem convive. Como as crianças não podem tomar decisões importantes sozinhas, é essencial que os pais ou responsáveis assumam esse compromisso de imunizá-la”, alerta Ludmila.