Muitas mulheres chegam à fase adulta e concluem que não precisam tomar vacinas porque já foram imunizadas quando crianças. Segundo os especialistas, isso é um grande engano.
Existem algumas vacinas que não eram disponíveis no Brasil há 20 ou 30 anos e que são importantes, principalmente para aquelas que ainda pretendem engravidar.
Uma delas é a que protege contra o vírus papiloma humano, conhecido como HPV. Criada em 2006, ela faz parte do calendário nacional de vacinação do Ministério da Saúde e está disponível na rede pública para meninas de até 15 anos e meninos entre 11 e 15 anos incompletos.
Quem está acima dos 15 anos deve se vacinar na rede particular. A vacina é aplicada em três doses, com intervalos de dois meses. O valor médio de cada dose é de R$ 200.
HPV é precursor do câncer
O vírus HPV é o responsável pelo surgimento de verrugas genitais e por dois tipos de câncer, anal e de colo de útero.
De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de colo de útero é o terceiro mais comum entre as brasileiras, ficando atrás do câncer de mama e do colorretal. É também a quarta causa de morte de mulheres no país. Neste ano, a estimativa é que sejam confirmados 16 mil novos casos da doença.
Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Imunização (Sbin), Isabella Ballalai, a vacina contra o HPV é de extrema importância porque ele pode infectar a mulher em qualquer fase da vida. “Além disso, reinfecções também podem ocorrer, assim como recidivas de lesões já tratadas”, afirma.
Doenças que podem ser evitadas com vacina
Isabella também recomenda que mulheres adultas conversem com seus médicos sobre a importância de tomar outras vacinas. A tríplice viral protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba e está no calendário de vacinação do Ministério da Saúde desde 2003.
Ela deve ser tomada em duas doses, com intervalo de um a dois meses e está disponível na rede pública para mulheres até 49 anos. Mulheres acima dessa idade devem buscar a imunização na rede particular. O valor pode variar entre R$ 40 e R$ 50 a dose.
As hepatites A e B também podem ser evitas com as vacinas anti-HAV e anti-HBV, respectivamente. No caso da hepatite A, a vacina deve ser tomada em duas doses, com intervalo de seis meses a, no máximo, um ano entre elas. No SUS, ela é oferecida apenas para crianças com até 4 anos. Na rede particular, cada dose custa, em média, R$ 80.
Para ficar protegida contra a hepatite B, é preciso tomar três doses da vacina, com intervalos distintos: a segunda, 30 dias depois da primeira, e a terceira, seis meses depois da primeira. Na rede pública, a vacina contra a hepatite B está disponível para pessoas de todas as idades. Na rede particular, cada dose custa, em média, R$ 60.
Diferenças entre as hepatites
Hepatite é uma infecção aguda no fígado. Do ponto de vista clínico, não existem muitas diferenças entre as hepatites A e B, mas o contágio se dá de forma diferente. No caso do tipo A, ela é mais comum em lugares com tratamento de esgoto deficiente. O contágio ocorre por meio de água ou alimentos contaminados. De acordo com o Ministério da Saúde, no início deste ano, foram confirmados 75 casos da doença no Rio de Janeiro.
Já a hepatite B pode ser transmitida por via sexual e sanguínea e pode se desenvolver de forma crônica, quando o corpo não consegue responder ao tratamento e combater o vírus. Nesses casos, a doença pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado.
Outra vacina importante para a mulher adulta, de acordo com Isabella, é a tríplice bacteriana, que protege contra difteria, coqueluche, tétano e poliomielite. Deve ser tomada em três doses, com intervalos de dois meses. Depois disso, devem ser feitos reforços a cada dez anos. Cada dose custa, em média, R$ 100 na rede pública.
Por fim, a vacina da febre amarela, que integra atualmente campanhas em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, caso reside ou frequente áreas de risco de transmissão da doença.
R7