Fazer a compra de um carro é um investimento que vai além da sua compra. Afinal, seu uso rotineiro demanda gastos com combustível, seguro, limpeza e manutenção para citar alguns.
Pensando nisso, o R7 conversou com Joel Leite, da AutoInforme, e Rogerio Gonzaga, diretor executivo de pós-venda da Caoa e responsável por mais de 200 lojas das marcas Caoa Chery, Hyundai, Subaru e Ford, para elencar cinco revisões que podem evitar gastos maiores no futuro.
Segundo Gonzaga, a troca de óleo é uma das principais medidas de preservação do carro. Existe uma recomendação expressa entre as montadoras, para a substituição dos lubrificantes ser feita a cada 10 mil km.
A falta de cuidado com o motor pode ocasionar danos médios ou severos ao veículo.
Em média, o valor gasto com a substituição de óleo, filtros e mão de obra, em uma rede qualificada, gira em torno de R$ 200 e R$ 300, dependendo da marca.
Caso o dono do veículo não respeite a troca na quilometragem recomendada, ele pode ter de desembolsar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil num eventual dano ao motor.
2) Pneus
O alinhamento, balanceamento e rodízio de pneus é um investimento que, dependendo do local, gira em torno de R$ 100 a R$ 180.
Esses três itens de revisão ajudam os pneus a não sofrerem um desgaste prematuro que pode ocasionar a perda de estabilidade, comprometer a suspensão do veículo e gerar custos extras.
“Fazendo uma conta simples, se for preciso trocar os pneus por falta de alinhamento e balanceamento, ele poderá ter de gastar até R$ 2 mil se, na pior das hipóteses ele ter comprometido os quatro pneus (cada um custa entre R$ 300 e R$ 500), além do alinhamento e balancelamento”, afirma Gonzaga.
Outro item elencado pelo diretor de pós-venda da Caoa é a análise de medição de pastilha, seguindo o prazo estabelecido pela montadora.
A maioria, segundo ele, recomenda que a pastilha tenha espessura de 2 milímetro. No entando, muitas vezes, o motorista não faz a inspeção e acaba não trocando a pastilha, serviço que custa aproximadamente R$ 500, dependendo do veículo.
A medida, além de ser um risco sério para a segurança do próprio motorista por reduzir ou perder a capacidade de frear o veículo, pode comprometer o disco e a pizza de freio gerando um gasto muito maior.
“Ou seja, os R$ 500 não gastos com a troca da pastilha podem, eventualmente, ocasionar um custo de até R$ 4 mil, na pior das hipóteses, caso o disco e a pizza de freio sejam comprometidos”, diz o diretor.
Quando o carro é levado para revisão, é feito um diagnóstico que inspeciona inúmeros itens. Dentre as inspeções, uma delas é um scanner, desenvolvido pela engenharia de cada marca, que possibilita a identificação de pequenas irregularidades em componentes eletrônicos do carro.
Caso seja identificado, de forma prévia, algum ponto de interrupção no sistema eletrônico do veículo, é gerado um código de erro, que acusa o mal funcionamento de algum componente, e uma correção é feita de maneira muito simples. Se esta revisão não for feita, algum módulo ou equipamento de gestão eletrônica do carro pode ser comprometido e o conserto ficará bem mais caro.
Afinal, toda a parte de módulos: injeção, carroceria, ABS, airbag etc, são peças caras, pois são eletrônicos, com diversos componentes, inteligência e softwares.
De acordo com Gonzaga, na pior das hipóteses, caso haja um problema em grande parte dos módulos, é melhor jogar o carro fora.
“Em alguns casos de colisão frontal, o que faz o carro dar perda total não são as peças de lataria ou mecânica, mas os módulos que acabam elevando o valor do sinistro”, explica.
Ele diz que um módulo eletrônico não custa menos de R$ 7 mil e pode chegar até R$ 10 mil.
“Uma interrupção de chicote pode comprometer vários módulos, pelo menos dois ou três. Só aí você pode gastar entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. E módulos relevantes você tem, aproximadamente, dez. O scanner é como um antivírus de computador, se tiver alguma irregularidade ele aponta. Você não paga nada a mais por isso, está incluso no valor da revisão”, conta Gonzaga.
De acordo com o diretor de pós-venda da Caoa, seguir o plano de manutenção assegura a cobertura da garantia do veículo. “É similar ao plano de saúde, você espera não usar, mas se eventualmente precisar, você está coberto”, afirma.
Ele explica que este é um gasto que você não consegue tangibilizar, mas dá o seguinte exemplo:
Pelo plano de manutenção, em três anos, considerando que ele rode a média de 10 mil km por ano, o motorista deve gastar, aproximadamente, uns R$ 1.500 de manutenção periódica.
Se o motorista seguir as recomendações à risca e aparecer um problema de câmbio, por exemplo, ele é trocado sem nenhum custo pela montadora. Caso tenha descumprido o plano, perderá a garantia e terá de pagar pelo conserto.
Ele lembra também que um veículo que tenha todas as revisões feitas na concessionária tem um valor adicional de revenda. “Então na hora de transacionar o carro, de vendê-lo, com certeza o carro será mais valorizado”, completa.
R7