Sílvio Humberto argumenta que decisão não foi dialogada com educadores
De acordo com o vereador Sílvio Humberto (PSB), enquanto a população soteropolitana estava com a atenção voltada para os festejos de fim de ano, a Secretaria Municipal de Educação publicou no Diário Oficial a Portaria nº 464/2016, que traz em um dos seus artigos a diminuição da carga horária de língua estrangeira para a entrada do ensino religioso como componente curricular obrigatório na rede municipal de ensino.
A atitude, segundo Sílvio Humberto, não foi dialogada com os profissionais de educação. “É típico de quem não acredita no potencial dos estudantes de escolas públicas. Como esses jovens vão dialogar com as novas tecnologias com apenas uma hora aula por semana de língua inglesa, por exemplo?”, questiona o legislador, que também alerta para a sobrecarga do educador.
“Um professor de língua estrangeira com 20 horas semanais trabalhava com seis turmas. Seguindo a lógica, agora terá que dar conta de treze turmas na semana, uma grande sobrecarga. Com a redução do conteúdo, os estudantes não irão avançar em outros idiomas”, afirma Sílvio Humberto.
A portaria não esclarece qual será a formação dos professores aptos a lecionar sobre o ensino religioso, mas a diversidade de concepções pode levar ao acirramento das questões religiosas dentro das escolas. “A secretaria não terá condições de fiscalizar as 448 escolas para evitar que isso caia na intolerância religiosa e se transforme numa grande pregação em sala de aula. Em tempos conservadores, é muito preocupante colocar na construção do currículo o ensino religioso como área do conhecimento”, argumenta Sílvio Humberto.