ue as viagens são ótimas oportunidades para reforçar os laços familiares todo mundo sabe. Mas descobrir novos destinos na companhia dos filhos, além de render prazerosas e longevas histórias para as reuniões de família, também pode ser uma oportunidade para desenvolver o aprendizado dos filhos, vivenciando valores e culturas diferentes e desfrutando novos sabores, por exemplo. Em homenagem ao Dia das Mães, celebrado neste domingo (09.05), algumas mamães toparam compartilhar conosco, da Agência de Notícias do Turismo, experiências inesquecíveis de viagens com os filhos em que puderam trocar além de afeto e carinho, o conhecimento. Venha conferir!
A servidora pública Daniela Buosi é mãe do Pedro e do Thiago. Ela conta que aprendeu com os pais a viajar todos os anos na companhia dos filhos. Uma viagem que marcou Buosi, o marido e os filhos teve como destino o Jalapão; um paraíso natural protegido no estado do Tocantins que abriga rios, riachos, cachoeiras e nascentes de águas transparentes, muitas delas chamadas de fervedouros devido o borbulhar constante que não deixa o banhista afundar. O percurso até o Jalapão foi feito de carro a partir de Brasília, no final do ano passado, seguindo todos os protocolos de biossegurança contra a Covid-19.
“Ao longo do caminho fomos tendo a oportunidade de mostrar aos meninos os estados que nós fomos passando. Saímos do Distrito Federal, passamos por Goiás, Bahia e chegamos ao Tocantins. Então foi interessante essa noção espacial geográfica de onde a gente mora e como era passar por outros estados para chegar até o Tocantins. E nessa mudança dos estados foi interessante também eles verem as diferenças sociais pelo caminho que passamos”, conta.
Ao todo, foram seis dias percorrendo o Jalapão. “Conhecemos várias culturas, inclusive, alimentares, o que para eles foi super diferente. A gente teve a oportunidade de ir a uma comunidade quilombola e foi algo muito interessante porque eles estudam na escola como foi a questão da escravidão no Brasil, mas estar ali em uma comunidade quilombola foi sensacional”, destaca. “Pudemos adquirir parte de produtos que eles fazem como capim dourado, conversar com pessoas, tomar um sorvete regional e conhecer pontos turísticos de natureza preservada, os famosos fervedouros do Jalapão”, acrescenta.
De volta à estrada, o passeio se estendeu até a Chapada Diamantina, na Bahia. “Foi outra experiência sensacional. No Jalapão vimos uma característica própria de cerrado, cerradão e os fervedouros. Quando a gente chegou na Chapada Diamantina, vimos outra lógica de preservação. A Chapada Diamantina é conhecida muito mais pelas suas cachoeiras. Os meninos ficaram encantados”, lembra Daniela Buosi.
A servidora conta que a viagem teve, ainda, visita ao museu de garimpeiros, a fazenda de frutas orgânicas e muitas conversas pelo caminho. O passeio terminou em Bom Jesus da Lapa, cidade baiana que reúne uma das maiores romarias de fiéis do país. “Os meninos puderam aprender de vegetação, relevo, culturas, história do Brasil com as comunidades quilombolas e a história dos garimpeiros. E, por fim, a gente terminou com essa parte religiosa, mostrando o movimento dos romeiros principalmente no Nordeste, que é muito importante”, resume Buosi.
A enfermeira Raquel Soares, mãe de quatro meninas – Biancka, Rebecka, Gabriella e Esther – ama viajar em família, já que é um momento de total atenção e dedicação às filhas e ao marido, o que no dia a dia com tantos afazeres se torna tarefa difícil. Ela conta que, em Salvador (BA), durante viagem de férias, as filhas puderam percorrer caminhos subterrâneos que, segundo historiadores, possivelmente abrigaram escravos no passado.
“Uma das nossas viagens foi para Salvador, quando descemos no local onde acredita-se que havia escravos. As meninas puderam repassar um pouco dessa parte da história do Brasil. Foi uma viagem bastante educativa para as meninas”, recorda. “Nas nossas viagens podemos conhecer a cultura, o povo daquela cidade, os hábitos deles. É muito importante entender essas diferenças regionais”, complementa Raquel Soares.
Já a analista de relacionamento Ariane Silva é mãe da Evelyn e do Luiz Gustavo. Ao lembrar as histórias de viagens em família, ela destaca uma visita ao Museu do Amanhã, que foi um dos lugares preferidos da primogênita Evelyn em visita da família ao Rio de Janeiro (RJ). “Sempre que podemos, eu e meu esposo viajamos juntos com nossos filhos porque queremos aproveitar cada momento com eles. A infância passa muito rápido. Quando viajamos pela primeira vez com a minha filha mais velha, hoje com 11 anos, ela descobriu o Museu de Belas Artes e ficou encantada”, lembra Ariane Silva.
A analista cita ainda uma viagem mais recente da família que teve como destino os estados do Piauí e Maranhão, no final do último ano. “Uma viagem que marcou muito foi a última onde fomos a Delta do Parnaíba, entre o Piauí e o Maranhão. Diante desse momento que estamos vivendo, lá tive ainda mais certeza da importância de viver cada momento ao lado de quem a gente ama, cada dia como se fosse o único”, ressaltou.
PORQUE VIAJAR COM OS FILHOS – Desfrutar de experiências únicas e agregar conhecimento na bagagem ao lado de quem se ama não tem preço. E, para o psicólogo Nivaldo Coelho, é uma ótima oportunidade de vivenciar práticas e competências que normalmente, no dia a dia, ficam relegadas a segundo plano. “A distância das atividades diárias e dos comportamentos cotidianos proporcionam aos pais uma chance de experimentar junto com os filhos uma série de aprendizados, como lidar com o diferente e as novidades, por exemplo”, explica.
Coelho destaca ainda que “viagens sempre proporcionam contato com novos sabores, experiências, sotaques, formas de viver e ver a vida. Aproveitar desses momentos como forma de educar os filhos quanto à tolerância e ao diferente pode ser muito interessante e educativo”.
A também psicóloga Amsha Carvalho lembra que há um motivo a mais para planejar viagens em família. “É consenso na psicologia relacionar saúde mental com ações estruturantes, valorizando tudo o que pode gerar boas sensações. E viajar pode ser considerado um ato estruturante. Pode reforçar vínculos familiares e proporcionar novas maneiras de se divertir”, destaca.
Amsha Carvalho reforça ainda a importância de encarar o passeio como um ato de lazer, com flexibilidade de horários e de percurso para torná-lo ainda mais agradável. “É muito importante que as pessoas tenham essa intenção de ao viajar viver o lazer e a diversão do momento. Roteiros muito detalhados ou engessados, por exemplo, podem gerar muita tensão na família que, inevitavelmente, poderá ter integrantes com gostos diferentes”, analisa a psicóloga.
TURISMO RESPONSÁVEL – Para possibilitar um ambiente mais seguro para o retorno das viagens, o Ministério do Turismo lançou o “Selo Turismo Responsável, Limpo e Seguro”. Trata-se de uma sinalização visual que identifica estabelecimentos e guias de turismo que assumiram, declaradamente, o compromisso em adotar protocolos de biossegurança para proteger turistas e trabalhadores contra a Covid-19.
O selo está disponível para 15 atividades turísticas, como meios de hospedagem, parques temáticos, restaurantes, cafeterias, bares e feiras, exposições. Cada segmento possui um protocolo sanitário específico, elaborado em parceria com empresas e instituições ligadas ao setor, a partir de diretrizes internacionais, com a chancela da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Também há um protocolo destinado exclusivamente ao turista consciente, com uma lista de atitudes que devem ser adotadas por cada um para a proteção de todos.
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