Neste momento de tanto alarde sobre situações de risco na internet é fundamental disseminar informações confiáveis e potencializar os aspectos positivos das mídias digitais. O assunto é a base da palestra “A Vida Online dos Meus Filhos – O que fazer quando não se sabe o que fazer?” que será ministrada pelo psicólogo e diretor de educação da SaferNet, Rodrigo Nejm, no próximo sábado, 06, às 8h30, no Villa – Campus de Educação, na Paralela. A ação faz parte do projeto Encontro Temáticos e será aberto a pais e educadores do colégio.
Para Rodrigo Nejm, a relação de confiança ainda é a melhor maneira para proteger crianças e adolescentes dos riscos da internet. “Não devemos disseminar a cultura do medo e muito menos confiscar os aparelhos, isso não vai trazer segurança. A família precisa manter o vínculo com estes jovens através de conversa franca e acompanhamento”, reforça o diretor da SaferNet, uma associação civil que previne e denuncia crimes na esfera virtual. A instituição também oferece um serviço gratuito de orientação através do www.canaldeajuda.org.br de escuta, que funciona das 14h às 18h.
Uma das dicas do especialista para os pais é conhecer a vida digital dos filhos. “Diferente de fiscalizar, é preciso acompanhar e interagir. Os pais podem se tornar referências para seus filhos no momento em que conhecem e opinam sobre os conteúdos”, destaca Nejm. Membro do Grupo de Pesquisa em Interações, Tecnologias e Sociedade (GITS/UFBA), ele destaca que esta relação de confiança entre pais e filhos precisa ser desenvolvida desde o primeiro contato da criança com as mídias digitais.
Quando interpelado sobre jogos e séries da atualidade, a exemplo da recente “13 Reasons Why?”, uma história de bullying vivida por uma adolescente que acaba terminando em suicídio, e o jogo Baleia Azul que vem gerando pânico na internet, Rodrigo é claro em seu posicionamento. “Nenhuma série ou jogo na internet é capaz de produzir condutas que levam ao suicídio. O que observamos hoje é que muitos adolescentes estão sem espaço para o diálogo em casa ou na escola, além do excesso de competitividade entre eles, e isso pode estar produzindo fenômenos que já são antigos como o isolamento, a pressão e outras reações no comportamento de meninos e menina”, revela o especialista que coordena ações de educação em Direitos Humanos na Internet através da SaferNet.
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