Profissionais que atuam na Fundação Cidade Mãe (FCM) participaram, na terça-feira (28), de uma capacitação sobre enfrentamento à violência contra a mulher na capital. A atividade, que integra as ações do programa Alerta Salvador, é desenvolvida pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ) e visa preparar os servidores municipais para identificar situações de violência e orientar o público nos espaços onde atuam.
Mais de 30 pessoas participaram da atividade, realizada no Centro de Convivência Socioassistencial (CCS) Bariri das Artes, no Engenho Velho de Brotas. O evento contou com as presenças da presidente da FCM, Isabela Argolo, e da titular da SPMJ, Fernanda Lordelo.
Para a presidente da FCM, a iniciativa possibilita que, dotados de conhecimento sobre o assunto, todos possam contribuir no enfrentamento à violência em Salvador. “Este programa precisa ser articulado com todos os atores que estão nessa interseção do dia a dia. Aqui, trabalhamos com foco na criança e no adolescente, mas eles têm uma mãe, tia, avó, amiga… Muitas vezes a criança ou o adolescente que recebemos chega cheio de dores e questões, frutos de uma violência doméstica, e precisamos estar preparados”, pontuou Isabela Argolo.
Fernanda Lordelo explicou que é preciso olhar o núcleo familiar integralmente para que os ciclos de violência sejam rompidos, mas sempre mantendo o olhar diferenciado para a situação da mulher. “Podemos ajudar identificando o que é violência e olhando para o outro, porque o problema não é de uma pessoa, é social. O que precisamos compreender é que a violência está em todo o lugar e temos que trabalhar para coibir essa situação. Quando falamos da erradicação da violência doméstica e familiar pode parecer utópico, mas é isso que almejamos”, reforçou a secretária da SPMJ.
Orientações técnicas – A capacitação foi ministrada pela diretora de Políticas para Mulheres, Fernanda Cerqueira, e pela coordenadora de Políticas Temáticas da SPMJ, Juliana Guanaes. Na oportunidade, Fernanda Cerqueira explanou sobre como funcionam as estruturas municipais de acolhimento às mulheres vítimas de violência, qual o atendimento ofertado por meio da equipe multidisciplinar presente nestas unidades e recursos que estas mulheres possuem, a exemplo do auxílio moradia.
Cerqueira também reforçou a importância de orientar o público de forma assertiva para que o acolhimento seja realizado com brevidade, de forma a evitar o feminicídio. Foram distribuídos para os participantes o “violentômetro” – panfletos adesivos que mostram, com uma analogia a um termômetro, ações que se configuram como violência e fazem referência ao nível de risco que a mulher está vivenciando. Ao todo são 26 atitudes nocivas, sendo que a última indica o feminicídio.
As capacitações do Alerta Salvador tiveram início em agosto e já ocorreram em diversas pastas e órgãos municipais, a exemplo das dez unidades administrativas das Prefeituras-Bairro; com profissionais do Morar Melhor, da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra); nas secretarias da Fazenda (Sefaz) e de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre), além da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb).
Centros de Referência – O Município dispõe de três Centros de Referência e Atendimento ao público feminino: a Casa de Atendimento à Mulher Soteropolitana Irmã Dulce (Camsid), situado na Cidade Baixa; Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Loreta Valadares (CRAMLV), nos Barris; e o Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher Arlette Magalhães (Cream), em Cajazeiras. O agendamento de atendimento pode ser feito por meio dos telefones (71) 3235-4268 (Loreta Valadares) e (71) 3611-5305 (Arlette Magalhães).
Fotos: Jefferson Peixoto/Secom