O goleiro Aranha aprovou o tema da redação do Enem realizada neste domingo (4). Após abordar a intolerância religiosa, a nova escolha foi ‘Caminhos para combater o racismo no Brasil’. O ex-arqueiro do Santos foi vítima de injúrias raciais durante uma partida contra Grêmio, em Porto Alegre.
“Você tocar nesse assunto era complicado. Você era visto como inimigo da nação, como uma pessoa que era frustrada, então, a gente não tinha o hábito de debater e falar sobre esse assunto, coisa que tem acontecido bastante agora”, completou.
Atualmente com 36 anos e em defesa da Ponte Preta, time que o revelou para o futebol nacional, Aranha considera “absurdo” alguém acreditar que não existe racismo.
“Provavelmente dirão que sofri um caso de racismo, como se fosse a única vez, já que, na maioria das vezes, as pessoas já nem se dão conta, de tão acostumadas e coagidas a achar normal”, critica.
Caso Aranha
O desfecho do ‘Caso Aranha’, ocorrido em 2014, teve como condenada a torcedora Patrícia Moreira, flagrada por câmeras de TV chamando o jogador de “Macaco”, além de outros três torcedores. Um acordo proposto pelo juiz impôs ao quarteto que comparecesse a uma delegacia 1h antes de qualquer partida do Grêmio pelo período de 10 meses.
Patrícia teve sua casa incendiada e após 6 meses do ocorrido chegava a andar disfarçada pelas ruas de Porto Alegre para evitar ser reconhecida pelos próprios torcedores do tricolor gaúcho. Caso Patrícia, Eder Braga, Fernando Ascal e Ricardo Rychter, teriam o caso reaberto caso cometessem outro crime de injúria racial.
Varela Notícias