O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,vai concentrar todos os seus esforços para que seu Partido Republicano vença as eleições paralmentares do meio de mandato, em 6 de novembro próximo.
Ele até adiantou que o encontro com Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, tem de ficar para depois desta data porque, até lá, em função do pleito, não pretende deixar o país.
E ao contrário do que imaginavam muitos especialistas, a polêmica confirmação, pelo Senado, de Brett Kavanagh, indicado por Trump para a Suprema Corte, foi uma demonstração de força do mandatário americano.
No último sábado (6), Kavanagh foi confirmado, por 50 votos a favor contra 48 contra, mesmo em meio a acusações, como a da professora universitária Christine Blasey Ford, de abuso sexual na juventude. Pelo país, se espalharam manifestações, principalmente de mulheres, contrárias à indicação.
A vitória não só serviu para amenizar o abalo do início de setembro último, quando foram divulgados um livro com revelações bombásticas sobre sua conduta e uma carta anônima de um funcionário, que o criticava, como mostrou que o presidente está estável diante da cúpula do partido.
Até mesmo o senador Joe Manchin, de West Virginia, contrariou a orientação de seu partido e foi o único democrata a votar a favor de Kavanaugh, conforme informou a BBC.
Isto porque a popularidade de Trump em West Virgina, onde foi eleito com ampla vantagem sobre a democrata Hillary Clinton, é muito alta, o que tem dificultado a campanha de Manchin pela reeleição.
Estratégias do presidente
Trump também soube lidar habilmente com a situação. Enquanto as acusações se multiplicavam e o clima estava tenso, ele evitou partir em defesa de Kavanaugh para não se comprometer. Mas, por outro lado, ao exigir a investigação do FBI, determinou que ela fosse rápida.
Ela durou cerca de uma semana apenas e os investigadores não ouviram nem o juiz nem Christine Ford, que o acusava. Apenas cinco pessoas deram depoimentos.
Desta maneira, a investigação, possivelmente, não foi feita com a profundidade necessária que um prazo maior certamente traria. Segundo a BBC, o documento reuniu pontos favoráveis e contrários a Kavanaugh e não teria chegado a conclusões.
A estratégia de Trump já vinha sendo montada desde abril de 2017, quando o também conservador Neil Gorsuch foi aprovado, inclusive por uma margem semelhante à de Kavanaugh: 54 votos a favor e 45 contra.
Para a votação, os senadores republicanos comandaram uma mudança das regras no Senado. Até então, a aprovação tinha de ser confirmada por dois terços da casa. E a partir de então, apenas uma minoria simples (50% mais 1) bastaria para a aprovação.
Mas mesmo com uma margem menor de votos, somente o fato de Trump ter vencido a batalha lhe dá fôlego para o próximo desafio interno: vencer os democratas e continuar com a maioria na Câmara dos Comuns, no Senado e, agora ainda mais, na Suprema Corte. A luta dele, agora, é conter o descontentamento feminino em relação ao último episódio.
Bahia Notícias