Moradores vizinhos à garagem de ônibus que foi atingida por incêndio em Salvador, no sábado (23), relataram ter tido prejuízos causados pelas chamas. Apesar das casas não terem sido atingidas diretamente pelo fogo, o calor destruiu portas, janelas e equipamentos plásticos dos imóveis.
Doze ônibus foram totalmente queimados na situação e ninguém ficou ferido. Segundo os moradores, até esta segunda-feira (25), a empresa não havia entrado em contato para dar assistência
As causas do incêndio ainda não foram explicadas, porque o registro de ocorrência ainda não foi feito e, com isso, a perícia ainda não foi realizada no local. No entanto, moradores disseram que mecânicos trabalhavam em um dos veículos, quando ele pegou fogo e as chamas se espalharam rapidamente.
Ainda no sábado, um funcionário contou que o incêndio começou na parte de trás da garagem e, quando foi percebido, eles já não tinham como fazer o combate.
Um casal de vendedores ambulantes, que mora em frente ao estacionamento da empresa, acumulou muitos prejuízos. Segundo Aldenir Alves, o calor das chamas provocou a rachadura dos vidros das janelas e da portas da casa onde moram.
“Foi quase mil reais [de prejuízo]. Estouraram duas janelas de vidro minhas, a minha porta de vidro e estourou a outra. Na hora estava muito quente aqui”, disse ele.
Junto com a esposa, Jacielma Silva, ele passou o domingo (24) tentando retirar a fuligem que ficou impregnada nos móveis, roupas e chão. Para piorar a situação da família, a região está com abastecimento irregular de água há cerca de 10 dias.
“[A água] Só chega na madrugada, e a gente consegue encher uns baldes, umas garrafas. Para beber a gente está comprando água mineral. Para beber e fazer comida. As roupas, que sujaram todas, já estão na terceira ou quarta lavagem e não conseguimos tirar a sujeira. Temos três filhos e está muito difícil sem água para limpar essa bagunça toda”, avaliou Jacielma.
Outro vizinho da garagem da empresa, o aposentado Lázaro José dos Santos, conta que as pessoas saíram das residências sem levar nada, porque ficaram com medo do calor causado pelo incêndio. A casa dele também sofreu prejuízos.
“Todo mundo teve que largar seus pertences. Teve gente que saiu aqui quase despido, porque a quentura foi muito forte e a fumaça preta. Eu só tive tempo de pegar o documento, minha camisa e saí aqui. Com a quentura rachou as duas [janelas]. Vai ter que trocar, porque as janelas estavam novas”, contou Lázaro.
A Defesa Civil de Salvador (Codesal) esteve no local ainda no sábado e emitiu uma notificação, recomendando que os moradores deixassem o local provisoriamente, por causa do cheiro da fumaça. Alberto Conceição, que também mora por lá, não teve para onde ir e ficou no imóvel.
Ele, que também é vendedor ambulante, contabilizou prejuízos como os outros vizinhos. Agora, fica o medo de que a estrutura da casa esteja danificada.
“Foi a janela, a porta que eu comprei e as lonas da laje. Eu fiquei até com medo de ter trincado a minha laje em algumas situações e, amanhã ou depois, vir abaixo. A gente tem que ter nossos danos reparados, a gente não pode ficar no prejuízo”, argumentou Alberto.
A empresa Falcão Real foi proibida de atuar no estado desde dezembro de 2020, por decisão judicial. A medida foi tomada depois que a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) informou que a empresa oferecia um mau serviço.
Segundo a Agerba, antes de ter atuação suspensa, a empresa foi acionada para que fizesse adequações no serviço. Como os ajustes não foram feitos, a Falcão foi proibida de circular. Até esta segunda-feira (25), equipe da TV Bahia tentaram contato com a Falcão Real, mas não obteve resposta.
G1