Com o retorno às aulas, o debate sobre o uso dos celulares em sala de aula entrou em pauta novamente. Os especialistas em saúde e educação apontam os efeitos da utilização excessiva desses equipamentos para a saúde mental e a aprendizagem dos estudantes. Os principais malefícios apontados por médicos e professores são os impactos na memória, cognição, excesso de estímulos visuais e auditivos que podem atrapalhar a capacidade de concentração.
A psicopedagoga e orientadora educacional Solange Argolo, do Colégio Vitória-Régia, explica que entre as maiores preocupações do uso abusivo de telas estão o comportamento de dependência aos dispositivos e o impacto que causam na saúde mental das crianças e adolescentes. “A exposição prolongada a telas pode dificultar a capacidade de concentração e a atenção dos alunos, afetando o aprendizado e o desempenho acadêmico. O desafio para nós educadores é inserir o uso dos aparelhos de forma educacional e recreativa, pois vivemos na era da tecnologia”, disse Argolo.
Dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2023 apontam que os brasileiros passam em média 9 horas e 32 minutos por dia no celular, quase 60% do tempo em que estão acordados. Na Bahia, um projeto de lei tramita na Câmara de Vereadores sobre a proibição dos dispositivos no ambiente educacional.
Como essa tecnologia pode ser utilizada de forma educacional?
A psicopedagoga explica que o uso consciente do aparelho também pode ser mais uma ferramenta de ensino e se tornar um aliado no aprendizado, desde que seja utilizado de maneira equilibrada e permitida pelo professor durante as atividades escolares. “Os celulares podem proporcionar uma vasta gama de recursos educacionais, como livros digitais e aplicativos específicos. Para garantir que o seu uso seja eficaz, o educador precisa estabelecer os momentos específicos de acesso de maneira combinada e associada ao objeto do conhecimento”, finalizou Solange Argolo