Frederick Wassef decidiu deixar a defesa do senador Flávio Bolsonado (Republicanos-RJ) no inquérito que investiga suposto esquema de “rachadinha”, após Fabrício Queiroz ser preso em Atibaia, no interior de São Paulo, em um imóvel ligado ao advogado. A informação foi confirmada pelo filho “número 1” do presidente Jair Bolsonaro, na noite deste domingo (21), por meio de publicação no Twitter.
“A lealdade e a competência do advogado Frederick Wassef são ímpares e insubstituíveis. Contudo, por decisão dele e contra a minha vontade, acreditando que está sendo usado para prejudicar a mim e ao presidente Bolsonaro, deixa a causa mesmo ciente de que nada fez de errado”, escreveu na rede social.
No sábado (20), o senador afirmou por meio de nota ser vítima de um grupo político que patrocina uma campanha de difamação contra ele para “recuperar o poder perdido nas últimas eleições”. No texto, ele reafirma a inocência em acusações e diz que seu patrimônio é compatível com os seus rendimentos.
“Ele reafirma inocência em qualquer das acusações feitas por seus inimigos e garante que seu patrimônio é totalmente compatível com os seus rendimentos. Tudo ficará inequivocamente comprovado dentro dos autos. A verdade prevalecerá”, disse por meio de comunicado oficial.
Queiroz, ex-assessor de Flávio, foi preso na quinta-feira (18) em Atibaia, no interior de São Paulo, em um imóvel ligado ao advogado do senador, Frederick Wassef. A ação foi realizada pela Polícia Civil e Ministério Público de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Os mandados foram expedidos pela Justiça do Rio de Janeiro em investigação que apura esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual, Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio.
Rachadinha é o nome dado a uma manobra em que o funcionário devolve parte do salário ao parlamentar. Segundo o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), servidores da Alerj devolveriam parte dos vencimentos a Flávio na época em que ele era deputado estadual do Rio de Janeiro.
A Promotoria identificou que Queiroz recebeu R$ 2 milhões por meio de 483 depósitos de dinheiro em espécie feitos por 13 assessores ligados ao gabinete do filho do presidente da República.
A investigação começou depois do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) verificou movimentações bancárias atípicas no nome de Queiroz. O Conselho notou movimentação de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de Queiroz, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
O documento também cita um repasse de R$ 24 mil para a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro — o presidente Jair Bolsonaro disse, à época, que se tratava do pagamento de uma dívida antiga do policial militar com ele.
R7