O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), elogiou a ação de forças policiais de seu estado e da Bahia que localizou e matou, no domingo (9), o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega. O ex-policial era apontado como o chefe do Escritório do Crime, grupo paramilitar que comanda a comunidade Rio das Pedras.
A ação ocorreu em colaboração entre a Polícia Civil do Rio e a Polícia Militar da Bahia. Adriano foi localizado em uma propriedade rural na cidade de Esplanada, no interior do estado.
Ele estava foragido desde janeiro de 2019, quando escapou das forças policiais durante a deflagração da Operação Intocáveis. A ação prendeu diversas lideranças do Escritório do Crime.
Witzel afirmou que a equipe “chegou ao local do crime para prender”, mas disse que Adriano atirou contra os policiais.
“Não podemos deixar de agradecer à Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ontem tivemos duas importantes operações em parceria com outra polícia, a polícia da Bahia, e obteve o resultado que se esperava. Chegamos ao local do crime para prender, mas, infelizmente, o bandido que ali estava não quis se entregar. Trocou tiros com a polícia e infelizmente faleceu”, afirmou.
Em referência a um famoso meme criado pela torcida do Flamengo no ano passado, Witzel ainda disse que a Polícia Civil do Rio “mostrou que está num outro patamar”. As declarações foram dadas nesta segunda (10) durante uma agenda pública do governador em Queimados, na Baixada Fluminense.
De acordo com o governador, a ação reafirma que sua decisão de extinguir a Secretaria de Segurança foi acertada. “Não precisa de Secretaria de Segurança Pública para dizer o que a Polícia Civil precisa fazer”, comemorou.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia afirmou que Adriano reagiu à ordem de prisão e atirou contra os policiais que o abordaram em uma casa no interior da propriedade.
“No momento do cumprimento do mandado de prisão ele resistiu com disparos de arma de fogo e terminou ferido. Ele chegou a ser socorrido para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos”, diz a nota.
O advogado de Adriano Magalhães da Nóbrega, Paulo Emílio Catta Preta, contou que o miliciano havia lhe dito que tinha medo de ser alvo de uma “queima de arquivo” —morte de uma testemunha ou envolvido em organização criminosa que possui informações comprometedoras.
“Até tentei dizer que nessas circunstâncias eu preferia que ele se entregasse, para facilitar os habeas corpus que temos contra a prisão preventiva, enfim…Mas ele disse: ‘Doutor Paulo, eu não passo vivo. Se eu entrar na prisão eu estou morto em um período muito curto e tenho absoluta certeza de que essa operação não é para me prender, é para me matar.’ Palavras dele”, lembrou o advogado.
Na semana passada, as polícias do Rio e da Bahia já tinham feito uma operação conjunta para tentar prender Capitão Adriano.
As forças policiais foram até um condomínio de luxo na Costa do Sauipe, no litoral baiano, onde ele estava escondido com a mulher e as filhas. O criminoso conseguiu fugir, mas deixou para trás uma identidade falsa que utilizava.
Bahia Notícias