A capital comercial da China, Xangai, sofreu um revés nesta segunda-feira (2), quando autoridades relataram 58 novos casos de Covid-19 fora de áreas sob rígido lockdown, enquanto Pequim continuou testando milhões de pessoas no feriado de 1º de Maio.
As duras restrições contra o coronavírus em Xangai provocaram uma rara indignação pública, com milhões das 25 milhões de pessoas da cidade presas em ambientes fechados por mais de um mês, algumas trancadas dentro de complexos residenciais cercados e muitas em dificuldades com necessidades diárias.
Embora as autoridades de Xangai tenham dito que a situação está melhorando, imagens nas mídias sociais enervaram a população em um momento em que os hospitais e necrotérios da cidade estão sobrecarregados.
Nesta segunda-feira, as autoridades disseram que estavam investigando cinco funcionários depois que vídeos mostraram uma casa de repouso local transferindo uma pessoa idosa em um saco de cadáveres para um necrotério. Mais tarde, a pessoa foi encontrada ainda viva.
Autoridades não comentaram os novos casos em uma coletiva de imprensa, mas algumas pessoas se manifestaram online.
“Eles anunciaram que eliminaram os casos em nível comunitário muito cedo”, comentou uma pessoa na plataforma Weibo.
O coronavírus surgiu pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan no final de 2019 e, por dois anos, as autoridades conseguiram manter os surtos sob controle com lockdowns e proibições de viagens.
Mas a variante Ômicron de rápida disseminação vem testando a política de “tolerância zero” contra Covid da China este ano, algo importante para o presidente Xi Jinping, que deve garantir um terceiro mandato neste ano.
Pequim, com dezenas de infecções diárias em um surto em sua segunda semana, não entrou em lockdown, confiando, pelo menos por enquanto, em testes em massa para localizar e isolar infecções.
G1