Os brasileiros Ymanitu Silva e Daniel Rodrigues, tenistas em cadeira de rodas, começaram com pé direito na primeira de duas competições internacionais, após seis meses de paralisação de disputas da modalidade, em decorrência da pandemia do novo coronavírus (covid-19). O catarinense Ymanitu foi vice-campeão do Toyota Open International, na Ilha de Ré (França), perdendo apenas para o número cinco do mundo, o japonês Koji Sugeno, por 2 sets a 0, com um duplo 6/2.
Perto da classificação para os Jogos Paralímpicos de Tóquio (Japão), Ymanitu Silva ocupa atualmente a 10º posição entre os melhores do mundo da categoria quad (com deficiência nos membros inferiores e superiores), no ranking da Federação Internacional de Tênis (ITF, sigla em inglês).
“Só estar voltando a competir já é muito importante. O jogo deste domingo mostrou que o trabalho durante a quarentena surtiu efeitos. Agora, é seguir para a próxima semana”, disse o tenista ao final da competição.
Em razão da pandemia, houve o “congelamento” das posições da edição de março do ranking mundial. Para assegurar vaga em Tóquio, o brasileiro precisa estar entre as 12 primeiras colocações, em junho do ano que vem. “Estou quase dentro. Falta bem pouco. Quero conquistar a vaga e depois brigar pela tão sonhada medalha em 2021”, afirmou o atleta.
O catarinense segue para o French Riviera Open, com premiação de US$ 30 mil e início no próximo dia 28, em Nice, na academia de Patrick Mouratoglou, técnico da norte-americana Serena Williams.
Daniel Rodrigues, semifinalista
Quem também brilhou na Ilha de Ré foi o mineiro Daniel Rodrigues, que chegou às semifinais da chave masculina da categoria open (deficiência nos membros inferiores). Número 11 do mundo, o brasileiro superou o austríaco Nico Langmann por 2 sets a 0 (6/3 e 6/1) e o holandês Ruben Spaargaren por 2 a 1 (3/6, 6/4 e 7/5), antes de cair para o francês Nicolas Peifer, sétimo do ranking mundial da ITF, por 2 a 0 (6/3 e 6/2).
Daniel também alcançou as semifinais nas duplas, ao lado do japonês Daisuke Arai. Na estreia, eles bateram a parceria formada por Nico Langmann e o belga Jef Vandorpe por 2 sets a 0 (7/5 e 6/2). Na fase seguinte, perderam para os franceses Pelter e Frederic Cattaneo – que acabariam ficando com o título – por 2 a 0 (6/2 e 6/3).
“Para mim, o resultado foi muito bom, após seis meses sem competir. Eu vinha treinando pouco, pois, na minha cidade [Belo Horizonte], até hoje, o clube em que treino está fechado [devido à pandemia]. Eu sabia que a maioria dos atletas já estavam competindo em torneios internos nos seus países e, com isso, eles estavam com mais ritmo”, analisou Daniel, que segue na França e também disputará o French Riviera Open.
Agência Brasil