Salvador registrou 108 assaltos cometidos contra taxistas e motoristas de aplicativos de transporte particular no primeiro trimestre de 2018. A média é de 36 assaltos por mês.
Segundo o sindicato das categorias, o aumento da violência tem feito muitos condutores mudarem hábitos e até mesmo recusarem trabalho.
O taxista Anderson dos Anjos conta que foi assaltado três vezes em cinco anos de trabalho. O último caso ocorreu há menos de um mês, quando ele foi esfaqueado e perdeu a força dos movimentos de uma das mãos. Desde então, está sem trabalhar.
Ele foi abordado já no final de uma corrida, que custou R$ 35. A vítima conta que o criminoso deu uma nota de R$ 100 e, quando o taxista foi pegar o troco, foi surpreendido pelo assaltante. “Imagine um pai de família com filho estar quase um mês sem trabalhar”, diz.
O também taxista Alex Conceição foi assaltado há menos de seis meses e diz que, desde então, circula pelas ruas de Salvador com medo. “A gente chega na cabeça da fila mesmo para pegar o cliente já com o coração na mão”.
Em 2017, ocorreram ao menos 362 furtos e roubos a motoristas. Este ano, um motorista foi morto e outros dois ficaram feridos em assaltos.
“Hoje, qualquer pessoa faz um cadastro como usuário e solicita um motorista por aplicativo, sem se importar quem é esse usuário e colocando a vida dessas pessoas, desses trabalhadores em risco corriqueiramente, diariamente”, destaca o presidente do sindicato dos motoristas por aplicativo, Átila Santana.
O presidente da Associação de Taxistas da Bahia, Ademilton Paim, diz que as formas de abordagem têm mudando nos últimos tempos. “A forma mais comum é casal. Eles saem de uma balada e pega o táxi, discrimina o local para onde vai e quando chega no meio do caminho fazem com que o taxista desvie o caminho, para facilitar a atuação deles de assalto e o taxista acaba sendo um alvo fácil”, destaca.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) informou, por meio de nota, que dá para prioridade ao atendimento dos condutores acionando viaturas e aumentando a abordagem de passageiros em ações com blitz.
A Uber, uma das empresas de transporte por aplicativo, disse que usa uma ferramenta que permite acompanhar em tempo real os dados de milhões de usuários durante as corridas e também orienta que, em caso de assalto ou outro tipo de violência, tanto usuários quanto motoristas procurem a polícia.
G1