O espanhol Jesús Morlán morreu no último domingo (11), em Lagoa Santa, Minas Gerais. O técnico do canoísta baiano Isaquias Queiroz lutava contra um tumor no cérebro. Em nota oficial, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Paulo Wanderley Teixeira lamentou o falecimento do treinador.
“Nos deixou hoje uma pessoa insubstituível. Mais do que a perda de um excelente profissional, com uma competência diferenciada, que realizava um trabalho em alto nível defendendo a canoagem brasileira e liderando um projeto de sucesso, com uma metodologia criada por ele que gerou inúmeras conquistas esportivas para o esporte olímpico do nosso país, perdemos também um ser humano que conduzia seu trabalho sustentado na ética e nos valores morais e pessoais que acreditava”, afirmou.
O falecimento do treinador espanhol também foi sentida pelo presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini.
“Lamentamos o falecimento do técnico Jesus Morlán que com seu trabalho e dedicação conseguiu transformar a Canoagem brasileira, levando nossos canoístas às medalhas olímpicas e aos melhores resultados da nossa história. Temos certeza que o seu legado será mantido”, disse.
Morlán foi diagnosticado com câncer cerebral em novembro de 2016. O treinador passou por uma cirurgia, além de intenso tratamento nos últimos anos com uso de quimioterapia e radioterapia, entre outras tentativas. Mesmo assim, fez questão de estar próximo aos atletas nos últimos Mundiais tanto em Racice, na República Tcheca, em 2017, quanto em Montemor-o-Velho, em Portugal, neste ano.
Jesús Morlán era um dos principais treinadores da canoagem de velocidade no mundo e revolucionou o esporte no Brasil. Ele foi contratado pelo COB para comandar a seleção brasileira em 2013 e ajudou a equipe a alcançar resultados históricos como as três medalhas nos Jogos Olímpicos Rio 2016, com os baianos Isaquias Queiroz e Erlon de Souza, além de 10 pódios em Mundiais. Antes de ser técnico do Brasil, ele treinou a equipe espanhola e levou o canoísta David Cal a conquistar cinco medalhas em Jogos Olímpicos, sendo uma de ouro e quatro de prata, e se tornar o atleta espanhol com mais medalhas olímpicas da história do país, além de outras 10 em Mundiais.
O corpo de Morlán será cremado e as cinzas serão levadas para a Colômbia, como era desejo dele. O COB decretou luto oficial por três dias em respeito ao técnico espanhol. Durante este período, a bandeira será hasteada a meio-mastro.
Bahia Notícias