Reduzir os gastos com gasolina ou etanol é uma meta para vários motoristas. Há quem recorra até a aparelhos mirabolantes para fazer o carro “beber” menos. Outros condutores apostam em medidas simples, mas que podem fazer a diferença para o bolso. O AutoPapo separou o joio do trigo: confira o que é mito e o que é eficaz para economizar combustível:
1. Instalar economizadores é método eficaz? Mito!
Na internet, é possível encontrar vários otimizadores, que prometem reduzir o gasto de etanol ou de gasolina. O AutoPapo acabou de testar um deles: o Pinox, que não surtiu nenhum resultado significativo. Há outros aparelhos, com princípios diferentes, mas nenhum tem eficácia comprovada, sequer certificação no Inmetro ou em qualquer outro órgão fiscalizador. Lembre-se que, para economizar combustível, não há milagre!
2. Carros com manutenção em dia consomem menos? Verdade!
Velas gastas, cabos ruins e filtros sujos aumentam o consumo. Todos esses itens precisam estar em bom estado para que não haja desperdício de gasolina ou de etanol. A injeção eletrônica também deve funcionar corretamente, sem falhas ou engasgos. Avarias nesse sistema podem ser monitoradas por meio de uma luz no painel: se ela acender com frequência, é sinal de que algo está errado. Em modelos mais antigos, equipados com carburador, é necessário manter esse componente sempre regulado. A primeira medida para economizar combustível é não queimá-lo excessivamente sem sequer perceber.
3. Modo de dirigir pode aumentar ou diminuir o consumo? Verdade!
Quanto mais o motorista acelera, mais gasolina ou etanol é queimado pelo motor. Acredite, as atitudes ao volante são fundamentais para economizar combustível. É claro que existem situações nas quais é preciso pisar fundo, mas elas devem ser exceção, não regra. Sempre que possível, pressione de leve o acelerador e evite cambiar em rotações elevadas demais.
Muitos automóveis mais recentes já possuem luzes indicativas de mudança de marchas ou recursos de monitoramento de consumo. Utilize-os para dirigir de modo mais consciente. Outra dica é não ficar fazendo controle de embreagem desnecessariamente. Essa prática, além de elevar o gasto de combustível, ainda abrevia a vida útil do disco de embreagem.
4. Câmbio na banguela reduz o consumo? Mito!
Esqueça essa história de transitar em declives com o câmbio “na banguela”. Ao contrário do que muita gente pensa, essa prática não é eficaz para economizar combustível. Nesse tipo de situação, mantenha o carro engrenado e desça sem acelerar. Isso porque o sistema de injeção eletrônica praticamente não alimenta o motor nessa situação, ao passo que, para deixá-lo funcionando em marcha lenta, há um gasto maior.
5. Manter os pneus calibrados ajuda a economizar combustível? Verdade!
Pneus com pressão menor que a recomendada geram maior atrito com o solo. Consequentemente, o motor vai gastar mais, uma vez que precisará fazer maior esforço para movimentar o veículo. Esse aumento pode até parecer imperceptível num primeiro momento, mas torna-se significativo após alguns milhares de quilômetros rodados. Portanto, para economizar combustível, é preciso calibrar os pneus regularmente, de acordo com as recomendações prescritas pelo manual do veículo.
6. Em congestionamentos, o carro consome mais? Verdade!
Nos chamados horários de rush, o tempo gasto em um trajeto curto pode mais que dobrar. Consequentemente, o consumo também vai aumentar bastante. É claro que, muitas vezes, não dá para fugir dos períodos de maior fluxo. Todavia, sempre que possível, evite-os, planejando seus deslocamentos com antecedência. Quando isso for impossível, utilize aplicativos de trânsito, que identificam as rotas mais desimpedidas. Além de economizar combustível, essas práticas, de quebra, poupam tempo.
7. Combustível aditivado faz o carro gastar menos? Mito!
Os aditivos presentes nas gasolinas mais sofisticadas trazem uma boa vantagem para o motor: impedem a formação de depósitos carboníferos durante a queima desse combustível. Porém, não são capazes de diminuir o consumo. Já a gasolina do tipo Podium, bem mais cara, tem maior octanagem e menor teor de álcool. Por isso, pode até gerar uma discreta redução no gasto de combustível, mas apenas se o motor tiver alta taxa de compressão, o que não é comum: costuma ocorrer apenas em modelos esportivos.
Já o etanol aditivado não traz benefício algum. É que o derivado da cana tem baixo teor de carbono (cerca de 1/3 em relação ao da gasolina) e, por isso, não deixa resíduos no motor. Desse modo, sua utilização, além de não economizar combustível, é incapaz de proporcionar qualquer outro tipo de ganho.
8. Quanto mais peso, maior o consumo? Verdade!
Rodar por aí com o porta-malas abarrotado de tralhas aumenta a massa do carro, o que, por sua vez, gera impacto no consumo. Não transportar peso desnecessário permite economizar combustível. Trata-se de outro efeito difícil de mensurar inicialmente, mas que gera gastos desnecessários a longo prazo.
9. Um motor de menor cilindrada necessariamente consumirá menos que outro maior? Mito!
De maneira geral, essa afirmação não está errada. O problema é generalizá-la: um motor de menor cilindrada tende a beber menor que um de maior capacidade cúbica, mas não necessariamente isso acontece. É que há outros fatores envolvidos, como o peso do veículo, as relações da transmissão e, principalmente, a tecnologia embarcada no propulsor. Portanto, pode até acontecer de um carro 1.3 ou 1.4 ser capaz de economizar combustível com mais eficiência que um 1.0, por exemplo.
10. A aerodinâmica interfere no gasto de combustível? Verdade!
É verdade, mas a diferença só é significativa em velocidades mais altas. Quanto mais rápido o veículo circular, mais a fluência do ar vai permitir economizar combustível. Isso ocorre porque o atrito com o ar eleva exponencialmente esforço do motor para manter determinada velocidade. Assim, racks de teto, bagageiros externos e outros equipamentos que deixam o carro menos aerodinâmico só devem ser utilizados se houver real necessidade, principalmente em viagens. Até mesmo alguns aerofólios ou spoilers que têm função apenas estética podem elevar o arrasto aerodinâmico.
R7