Salvador, 8 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Ilê Aiyê recebe Daniela Mercury, BaianaSystem e Orquestra Afrosinfônica para a celebração dos seus 50 anos

Muito mais do que um bloco, o Ilê Aiyê introduziu um novo ritmo e uma nova estética no Carnaval de Salvador. Pela grandeza da sua causa, tornou-se o mais belo dos belos patrimônios vivos da Bahia. No próximo dia 1º de novembro, a entidade carnavalesca, nascida oficialmente em 1º de novembro de 1974, completa 50 anos de existência. Nem nos sonhos mais audaciosos, seus idealizadores imaginavam chegar a esse dia. Não sonhavam com o cinquentenário, mas já sabiam que o nascimento da pérola negra do Curuzu iria estremecer estruturas e fazer história.

Mas a história do Ilê Aiyê não é só dele, é de todos, é do mundo. Por isso, celebrar seu cinquentenário significa casa cheia, palco em festa, plateia lotada. E para caber todo mundo, a Concha Acústica do TCA foi o local escolhido. É lá que a celebração acontece no próximo dia 1º (sexta-feira) a partir das 18h30 com direção artística de Elísio Lopes Jr. Os convidados adiantam a grandiosidade da noite: Daniela Mercury, BaianaSystem, Orquestra Afrosinfônica, Aloísio Menezes, Beto Jamaica, Matilde Charles e Amanda Maria juntam-se ao aniversariante para o espetáculo Ilê Aiyê – 50 anos.

Carnaval contra o racismo – Para o presidente da entidade, Antônio Carlos Vovô, o show será um momento marcante não só por reverenciar o primeiro bloco afro do Brasil que surgiu com o objetivo de combater o racismo através do Carnaval, mas também as pessoas que tornaram esse propósito possível. Além dos artistas, Vovô destaca o papel de Apolônio de Jesus Filho, o Popó do Ilê, que esteve ao seu lado na fundação do bloco, e de Mãe Hilda, que cedia as dependências do terreiro Ilê Axé Jitolu para a organização do grupo.

“Vai ser um momento muito especial, porque 50 anos não são 50 dias. Começamos como um bloco de pessoas sem recursos, e conseguir vencer e impactar Salvador, o Brasil e o mundo, é muito importante. Assim como fazer com que o comportamento das pessoas mudasse, assumissem sua negritude, incentivar o surgimento de outros blocos e outras organizações que movimentam a cidade, a cultura, a economia, é uma coisa que tenho muito a agradecer a esse povo que você não vê, mas que faz o Ilê que você vê”,  reconhece Vovô.

 

Um canto universal – A cantora Daniela Mercury tem uma relação com o Ilê Aiyê que representa um dos capítulos mais bonitos da música baiana. Essa união simboliza uma profunda conexão entre uma das maiores artistas do Brasil e um dos blocos afro mais importantes do mundo. Neste ano, a cantora dedicou um show inteiro no Festival de Verão Salvador aos 50 anos da Pérola Negra do Curuzu e promete continuar essa homenagem no palco principal da Concha Acústica.

Outra dupla de convidados que também garante a diversidade de ritmos da celebração é a banda BaianaSystem e a Orquestra Afrosinfônica da Bahia. Com uma sonoridade única, que mistura axé, o reggae, o rap e eletrônica, Baiana se tornou um dos principais nomes da música brasileira e, assim como o Ilê, carrega a identidade negra e a luta por justiça social como temas de suas canções. Por sua vez, a Orquestra é um projeto inovador que explora a sonoridade dos instrumentos tradicionais africanos, como os tambores e os berimbaus, junto à harmonia e complexidade das orquestras sinfônicas.

O show ainda será marcado pela energia contagiante de Beto Jamaica, do É O Tchan!, e de Aloísio Menezes, voz que comanda o Bloco Cortejo Afro há 26 anos. Essas duas lendas da música baiana, com suas trajetórias marcadas pela luta por igualdade e pela celebração da cultura negra, prometem levar o público a uma verdadeira viagem musical ao lado do anfitrião da noite.

Para chamar a multidão, as cantoras Matilde Charles e Amanda Maria completam a festa. Enquanto Matilde cultiva uma longa história de amizade e canto com o Ilê, Amanda foi finalista do The Voice 2023 e uma das atrações da 43ª Noite da Beleza Negra, que aconteceu em janeiro deste ano e marcou o início das comemorações do meio século de história do bloco.

A celebração cênico-musical Ilê Aiyê – 50 anos é uma realização do Ilê Aiyê em parceria com a Caderno 2 Produções, e toda a renda obtida com as vendas será destinada à manutenção das ações sociais e culturais da Associação Cultural Bloco Ilê Aiyê.

 

SERVIÇO:

Ilê Aiyê – 50 anos

Local: Concha Acústica do TCA

Data: 1º de novembro de 2024

Horário: A partir das 18h30

Vendas: Sympla: https://bileto.sympla.com.br/event/99268

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