Salvador, 10 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Encontro entre educadores indígenas da Bahia valoriza saberes ancestrais e fortalece práticas pedagógicas

O Encontro de Educadores Indígenas da Bahia começou em clima de celebração, nesta terça-feira (6), em Salvador. Com cantos, danças e uma grande roda de confraternização, os  povos presentes deram as boas-vindas, marcando o início das atividades com força simbólica e união. Promovido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), o evento se estende até sexta-feira (9), no Hotel Fiesta, com uma programação que combina formação, cultura e articulação política. A proposta é valorizar os saberes ancestrais, reforçar a escuta ativa e planejar estratégias para uma Educação Escolar Indígena (EEI) que respeite a identidade de cada etnia.

A diretora da Educação de Povos e Comunidades Tradicionais da SEC, Poliana Reis, destaca o evento como um marco de planejamento . “É um momento essencial para avaliarmos o que já fizemos e planejarmos o que ainda queremos conquistar”, pontua. A agenda inclui debates sobre currículo específico; formação docente; concurso público exclusivo; e aspectos técnicos, como o transporte escolar e os repasses do Fundo de Assistência Educacional (FAED). Para José Carlos Tupinambá, coordenador da Educação Escolar Indígena da SEC, é “uma oportunidade de ouvir os educadores escolares e alinhar as políticas às realidades de cada território”.

Gestora do Colégio Estadual Ângelo Pereira Xavier, no Território Indígena Pankararé, em Glória, e co-coordenadora do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA), Patrícia Krinsi também avalia o encontro. “Aqui, a gente planeja, pauta e também é pautada. A escola está no território, e o território é uma grande escola”.

Com representações de 20 povos originários, o encontro reafirma a escola indígena como um espaço de luta e construção de saberes próprios. Gabriela Florêncio, do Fórum Estadual de Educação Escolar Indígena da Bahia (FORUMEIBA), complementa: “Cada povo tem sua identidade, seus saberes. A Educação Indígena não pode ser homogênea. Esse espaço nos fortalece”.

A abertura do encontro contou com a participação do chefe de gabinete da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), Marcius de Almeida Gomes, que ressaltou a importância da educação científica para o desenvolvimento social dos territórios tradicionais. Ele anunciou a segunda fase do Conecta Bahia, programa que levará internet gratuita a comunidades indígenas, quilombolas e do campo, a partir de julho. A programação segue com oficinas, rodas de conversa e debates sobre letramento digital, saúde docente e os itinerários do Novo Ensino Médio.
Fotos: Memo Soul

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