A Prefeitura de Salvador e o Projeto Baleia Jubarte promoveram a Oficina de Boas Práticas e Turismo de Observação de Baleias e outros Cetáceos, nesta quarta-feira (9), no Auditório Makota Valdina, na sede da Secretaria Municipal de Cultura de Turismo (Secult), no Comércio. A capacitação gratuita teve como público-alvo os representantes de agências, operadores de turismo e marinas que atuam no segmento náutico.

O objetivo do encontro foi assegurar que as atividades de observação de espécies marinhas sejam promovidas em segurança e de maneira sustentável, protegendo tanto os passageiros quanto os animais e o meio ambiente. A temporada de passagem das espécies pela Baía de Todos-os-Santos acontece de julho a outubro e a abertura oficial do período será realizada pela Prefeitura, através da Secult e da Secretaria do Mar (Semar), até o dia próximo dia 15.

Todos os anos, esses animais migram da Antártica para a costa brasileira em busca de águas mais quentes e rasas, ideais para o acasalamento e o nascimento dos filhotes – a expectativa é de que aproximadamente 30 mil espécies passem pelos mares do Brasil até setembro. O diretor de Turismo de Salvador, Gegê Magalhães, lembra que ano passado 1.012 mil avistamentos foram registrados, superando os 843 animais que passaram pela costa soteropolitana em 2023.

“Os números aumentam a cada ano. Já temos três anos dessa parceria sólida com o Projeto Baleia Jubarte, que é o maior projeto nacional, talvez um dos maiores do mundo. Temos fomentado mais e mais o turismo de avistação de baleias na nossa cidade”, garantiu Magalhães.

Ele lembrou que, atualmente, a Prefeitura e o Projeto Baleia Jubarte possuem parceria com seis empresas responsáveis em promover os passeios náuticos. “São empresas aptas a fazer esses roteiros. É mais uma experiência que Salvador traz neste período de observação que segue até outubro”, destacou.

O coordenador do projeto em Salvador, Gustavo Rodamilans, salientou que o turismo de observação de baleias tem tido um acréscimo muito grande na cidade, graças ao trabalho realizado pelo projeto, apoiado pela Prefeitura. “No ano passado, a gente só não viu baleia em três saídas. Tivemos uma faixa de 87% de sucesso, que é um número bom”, comemorou.

Turismo responsável – A oficina abordou temas fundamentais para a preservação e o turismo responsável com cetáceos. Durante a explanação, foram apresentados procedimentos adequados durante o avistamento e as normas previstas na Lei Federal nº 7.643/1987 e nas Portarias do IBAMA nº 117/1996 e nº 24/2002.

O público interagiu e apontou a necessidade de incentivar a divulgação desse tipo de turismo em hotéis, pousadas, agências, restaurantes e em outros negócios do trade turístico. Os participantes sugeriram a implantação de um banner de divulgação no Aeroporto Luís Eduardo Magalhães.

Entre os integrantes da oficina estava Igor Carneiro, representante da Shark Dive – Centro de Mergulho Salvador -, empresa que há 15 anos promove passeios pela Baía de Todos-os-Santos. Ele disse que os ensinamentos repassados durante o encontro são fundamentais para reforçar as regras de observação.

“A gente faz questão de participar todos os anos, buscando reciclagem. É um momento de perceber as mudanças, acompanhar a evolução desses animais na nossa cidade. E mais que isso, entender o que precisamos fazer para melhorar e trazer mais e mais turistas para observarem as baleias”, pontuou.

Carneiro ainda revelou encantamento ao descrever algumas das experiências da temporada passada. “A gente tem a felicidade de ter as baleias cada vez mais perto. Nos últimos anos, elas realmente têm aparecido com mais frequência na Bahia de Todos-os-Santos. Assistimos à passagem delas em frente ao Yacht Clube da Bahia e também perto do Terminal São Joaquim. É um verdadeiro espetáculo!”, considerou.