De 12 a 14 de setembro de 2025, o Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras da Bahia e Sergipe (CPP-BA/SE) realiza em Salvador o “Encontro de Educomunicação com a Juventude Pescadora e Quilombola”, parte do Projeto Kinder: Juventudes, Território e Bem Viver. Com o tema “Mudanças Climáticas, Racismo Ambiental e Juventude: Caminhos para uma Ecologia Integral”, a atividade reunirá jovens quilombolas, pescadores e ribeirinhos.
O encontro promove um ciclo de oficinas de formação política e educomunicação voltado às juventudes dos territórios acompanhados pela CPP. A iniciativa surge da escuta e do acompanhamento das realidades que atravessam esses contextos, marcados por racismo, extermínio, aliciamento pelo tráfico de drogas, desemprego, ausência de políticas públicas e pela degradação ambiental que ameaça comunidades pesqueiras e modos de vida tradicionais.
A programação se inicia na sexta-feira (12), com a chegada dos participantes, seguida de uma mística de abertura e de um momento de acolhida e apresentação do programa. O primeiro grande debate será o painel “Mudanças Climáticas, Racismo Ambiental e Juventude: Caminhos para uma Ecologia Integral”, com falas de Sara Sacramento (Preta No Clima), sobre os impactos do racismo ambiental na comunidade negra; Walace Brito (Comunidade da Cambuta), sobre as consequências desse processo nas comunidades pesqueiras e quilombolas; e Darlan Oliveira (Movimento Fé e Política), que traz a perspectiva da ecologia integral a partir da ecumenicidade. O dia finaliza com rodas de debate, oficinas de trançado e turbante, além de momentos de celebração
No sábado (13), a manhã começa com uma mística e um debate sobre a comunicação como ferramenta política de narrativas próprias e expressão territorial, conduzido pelo coletivo Mandi. Temática que se prolonga para o turno vespertino, com a condução de uma oficina prática sobre como construir e desconstruir narrativas externas dominantes a partir da conexão com o território, fortalecendo identidade e expressão local. A jornada segue até o final da tarde com encaminhamentos coletivos, e a noite será dedicada a atividades culturais e de convivência.
Já no domingo (14), último dia do encontro, a juventude vivenciará uma manhã de mística e atividades lúdicas ao ar livre, encerrando o encontro em espírito de integração e alegria. Ao longo dos três dias, as práticas criativas, multilinguagens e saberes locais serão valorizados, incentivando o intercâmbio de experiências e a construção coletiva de estratégias de resistência.
Espera-se como resultado o fortalecimento da atuação política e comunitária da juventude, além da produção de materiais em vídeo e fotografia que registrem momentos de aprendizado e articulação. A proposta é garantir que suas vozes ecoem em defesa dos territórios e em favor de um presente e futuro de dignidade e justiça.
A iniciativa integra ainda uma agenda mais ampla do Projeto Kinder, que entre agosto e novembro de 2025 realizará um circuito de oficinas temáticas em comunidades pesqueiras e quilombolas da Bahia e de Sergipe, com foco nas relações entre juventude, território e bem viver.