Visitar um museu é exemplo de atividade que ajuda a aliviar o estresse e estimula o senso de propósito
O envolvimento com a arte pode ser mais um caminho para o bem-estar emocional. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que atividades como ouvir música, dançar e visitar espaços culturais estão diretamente ligadas ao controle e prevenção do estresse, além de melhorias na autoestima, vitalidade, resiliência e no senso de propósito.
“Esse tipo de experiência pode levar cada pessoa a associar lembranças da própria trajetória, reorganizar significados e até transformar essas vivências em legado. Para pessoas idosas, em especial, este processo ganha uma força única, porque não se trata apenas de recordar, mas de valorizar e dar continuidade à sua história”, afirma Lilian Vaz, terapeuta ocupacional e diretora do Centro Terapêutico Plenitude Sênior.
De acordo com a OMS, o acesso a atividades culturais e artísticas auxiliam na compreensão de emoções em momentos desafiadores e na capacidade de solucionar conflitos através de habilidades cognitivas. Nesse contexto, mais do que proporcionar a interação com acervos e exposições, os museus funcionam como locais de pausa saudável na rotina.
Para a museóloga Bárbara Santos, diretora executiva do Museu Carlos e Margarida Costa Pinto, representam ambientes onde os visitantes encontram a oportunidade de vivenciar a arte de maneira sensorial e reflexiva. “A possibilidade de mergulhar em acervos, arquiteturas e atmosferas oferece pausas de acolhimento e inspiração em meio às rotinas intensas. São espaços que cuidam tanto da memória histórica e cultural quanto das pessoas”, enfatiza.
A relação entre arte e os benefícios à saúde também começou a mudar a forma como problemas que afetam a mente podem ser enfrentados. Na Suíça, médicos passaram a prescrever passeios em jardins públicos, galerias e museus ao longo do tratamento de pacientes.
“Os estímulos vão muito além do lazer. Despertam memórias, fortalecem a identidade e criam a sensação de pertencimento. Pesquisadores como António Damásio e Lev Vygotsky já mostraram como a emoção e a cultura influenciam o desenvolvimento humano e como experiências simbólicas podem ativar redes cognitivas ligadas à memória autobiográfica e ao sentido da vida”, conclui Lilian Vaz.