Artesãs de crochê estão participando de uma mostra de criatividade e estilo em Salvador, apresentando as tendências da coleção Primavera/Verão 2026. As empreendedoras participam até o próximo domingo (12) da Expo Mulher na Crochêfeira, que reúne 20 profissionais divididas em grupos, se revezando a cada quatro dias, das 9h às 22h, no Shopping Bela Vista.

Além da exposição, o público pode participar de oficinas de crochê para iniciantes e adquirir peças exclusivas que vão do vestuário a itens de decoração. Todas as artesãs fazem parte do projeto Compre Delas, da Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), que incentiva a autonomia econômica feminina.

Para a titular da pasta, Fernanda Lordelo, a iniciativa reforça o compromisso da SPMJ com o empreendedorismo das mulheres: “A Expo Mulher no Bela Vista é mais uma oportunidade para que essas empreendedoras comercializem seus produtos, fortaleçam suas redes de contato e garantam renda para suas famílias”.

A coordenadora da Expo Mulher na SPMJ, Cristiane Xavier, conta que a escolha do crochê se deu pelo sucesso da primeira edição, em 2024, no Shopping Center Lapa, o que resultou no convite do Shopping Bela Vista para abrigar a edição deste ano, apresentando o trabalho dessas mulheres.

“O crochê é ancestral, uma prática passada de mães para filhas. E, hoje, esse ofício é empreendido inclusive de forma internacional, com vários artistas utilizando e divulgando. Temos a rotatividade com quatro empreendedoras por vez, com peças voltadas para o vestuário, acessórios, bolsas, brincos e bandanas, com valores que variam de R$ 15 a R$ 180”.

Plataforma – A plataforma Compre Delas (https://compredelas.salvador.ba.gov.br) foi criada pela SPMJ para a exposição de produtos e serviços produzidos por mulheres, com o objetivo de fortalecer a autonomia do público feminino. A SPMJ promove frequentemente cursos e fomento ao empreendedorismo para gerar independência financeira e social.

Hoje, há mais de 500 inscritas e, segundo Cristiane, a maioria das mulheres cadastradas é mães solo e atípicas. “Nós queremos mostrar que elas têm espaço para vender, comercializar e se tornarem conhecidas. Quem sabe, num futuro próximo, elas possam se tornar grandes empresárias e deem oportunidade a tantas outras mulheres”, concluiu a coordenadora.

Aos 44 anos, a artesã Tatiane Maria Vasconcellos, do Ateliê Crochê, produz bolsas e acessórios de crochê há um ano, comercializando através das redes sociais e participando das feiras. Moradora do Vale das Pedrinhas, ela conta que ajuda na renda.

“Sou mãe atípica e, por não conseguir trabalhar fora, comecei a trabalhar com crochê e tenho tido retorno, é um complemento da renda. Essas feiras trazem benefícios porque, além de a gente expor, as pessoas conhecem. Eu vendo, faço contatos e conheço outros empreendedores, e isso agrega ao nosso trabalho.”

Tatiane conta que empreender é libertador. “Produzir algo com as suas mãos, ver as pessoas admirarem seu trabalho e ter uma renda é recompensador. O crochê tem sido uma terapia para mim e digo para as outras mulheres: se joguem, porque há uma infinidade de possibilidades e o mercado está aí para todas. E mostrar nosso trabalho, fazer contato e poder vender é gratificante. O projeto ainda nos ajuda a precificar e empreender melhor, de verdade”.

Expondo pela primeira vez pela Expo Mulher, Luciana Magalhães dos Santos, de 55 anos, é proprietária do Crochê da Luci, que existe há quatro anos. “Faço short, cropped, argola, de tudo um pouco, variando meu trabalho. É muito bom participar dessa feira porque a gente expõe nossa arte, adquire conhecimentos, trocamos ideias e perguntas. A divulgação valoriza muito nosso trabalho. Gosto de expor em feiras, por isso é o reconhecimento do público. Agradeço à Prefeitura por dar essa oportunidade às microempreendedoras.”