Salvador, 8 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

50º Festival de Música Negra do Ilê Aiyê elege canções para repertório do Carnaval 2025

 A Senzala do Barro Preto, no Curuzu, transformou-se, mais uma vez, em um verdadeiro celeiro de grandes talentos em celebração à cultura afro e ao orgulho negro, durante o 50º Festival de Música Negra do Ilê Aiyê, realizado no último domingo (26). O evento escolheu as composições vencedoras das categorias “Tema” e “Poesia”, que passam a integrar o repertório da Band’Aiyê em 2025.

Diante de um público ansioso e animado, a comissão julgadora avaliou 18 composições selecionadas para a final, sendo 10 canções concorrentes na categoria “Poesia” e oito na categoria “Tema”. As composições vencedoras da categoria “Tema” foram: 1º Lugar – “Harambee Ilê”, dos compositores Sid Mancini, Wostinho Nascimento, Fidel Cobra e Cristiano Damásio; em 2º lugar – “O Nome da Fera”, de autoria de Marco Poca Olho; e em 3º lugar – “Ilê Kenya Watu Weusi”, de Shirlei Kaiala.

Já na categoria “Poesia”, as canções vencedoras foram: em 1º lugar –“Bamburucema no Ilê”, de Juninho Magaiver e Rosselini Leite;  em 2º lugar – “O Mundo Negro é o Meu Lugar”, de Silvio Almeida, Jamoliva e Marcos Natividade; e em 3º lugar – “Ilê nas Águas de Oxum”, de Marito Lima. Os três primeiros colocados de cada categoria foram premiados com o Troféu Pássaro Preto, duas fantasias do bloco para desfilar no próximo Carnaval e premiação em dinheiro.

Na categoria “Tema”, o 1º lugar recebeu R$ 7.700,00 (sete mil e setecentos reais); o 2º lugar, R$ 7.150,00 (sete mil cento e cinquenta reais); e o 3º lugar, R$ 6.600,00 (seis mil e seiscentos reais). Já na categoria “Poesia”, o 1º lugar foi premiado com R$ 7.150,00 (sete mil cento e cinquenta reais); o 2º lugar, com R$ 6.600,00 (seis mil e seiscentos reais); e o 3º lugar, com R$ 6.000,00 (seis mil reais).

Autores da canção vencedora “Bamburucema no Ilê”, a dupla de compositores Juninho Magaiver e Rosselini Leite comemorou a quarta vitória no Festival de Música Negra do Ilê Aiyê. “A gente já vem construindo essa música desde o Rio de Janeiro. Eu sou carioca, ele é daqui de Salvador, mas ele já é multicampeão, já ganhou mais de dez títulos, e a gente está sendo tetracampeões hoje”, disse Rosselini, que destacou a importância do prêmio: “É representar esse globo que é muito importante na vida do povo. O povo preto é muito importante. É uma responsabilidade imensa, mas nós estamos aqui pra isso: pra lutar pelo povo preto com a nossa música”.

Um dos compositores da canção “Harambee”, vencedora da categoria “Tema”, Sid Mancini falou sobre o significado da premiação e sobre a expectativa de ouvir a composição na avenida durante o Carnaval: “A nossa satisfação é entender que a gente está com uma visão ligada ao processo de reafricanização, e estamos levando a mensagem de empoderamento ao nosso povo preto, que tanto merece. É um sonho a ser realizado lá na avenida, ver o coral do povo preto”, pontuou.

Durante a premiação, a animação do público presente na Senzala do Barro Preto ficou por conta dos shows da anfitriã Band’Aiyê e da banda convidada Filhos de Jorge, que soma sucessos que ganharam o Brasil e o mundo, a exemplo de “Ziriguidum”, grande vencedora do título de Música do Carnaval de 2013 e que rendeu ao grupo o troféu de Banda Revelação.

Ao todo, mais de 150 canções foram inscritas nesta edição cinquentenária do Festival, sendo 18 selecionadas para a etapa final da premiação. Os candidatos que inscreveram suas produções musicais na categoria “Tema” inspiraram-se no tema do Carnaval 2025 do Ilê Aiyê: “Kenya: Berço da Humanidade”. Para ampliar o entendimento sobre o assunto, o Ilê Aiyê, como tradição do Festival, disponibilizou aos concorrentes uma publicação com a pesquisa e reflexão feitas pela direção da entidade para seleção do tema. Tal iniciativa, preservada ao longo de 50 festivais, permite ao Ilê Aiyê e seus compositores contribuírem para a valorização e visibilidade da historiografia de países africanos, personalidades e revoltas de escravizados no Brasil.

O 50º Festival de Música Negra do Ilê Aiyê foi uma realização do Ilê Aiyê e do Ministério da Cultura, em parceria com a Caderno 2 Produções. O evento contou com o patrocínio da Neoenergia Coelba, Itaú e do Grupo Belov, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, e do Governo do Estado da Bahia. A iniciativa também contou com apoio institucional da Prefeitura de Salvador, por meio do Procultura, e apoio do Grupo Metrópole, Macaco Gordo e ITS Brasil.

Categoria Tema

1º lugar

Harambee ilê

Compositores: Sid Mancini, Wostinho Nascimento, Fidel Cobra e Cristiano Damásio

2º lugar

O nome da fera

Compositor: Marco Poca olho

3º lugar

Ilê Kenya Wtu Weusi

Compositora: Shirley Kaiala

Categoria Poesia

 

1º lugar

Bamburucema no ilê

Compositores: Julinho Magaiver e Rosselini Leite

2º lugar

Mundo negro é o meu lugar

Compositores: Silvio Almeida, Jamoliva e Marcos Natividade

3º lugar

Ilê nas águas de oxum

Compositor: Marito Lima

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