Salvador, 8 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Aos 78 anos, Maria Bethânia completa seis décadas de carreira

Há 60 anos, em 13 de fevereiro de 1965, Maria Bethânia, com apenas 18 anos, fazia sua primeira apresentação no cenário musical brasileiro ao substituir Nara Leão no espetáculo Opinião, no Rio de Janeiro. Essa data, mais do que uma simples estreia, se tornaria um marco na história da música popular brasileira.

 

Lançado em 1964, no ano do golpe militar, Opinião foi um dos primeiros espetáculos a desafiar o regime e a dar voz às músicas de protesto. Dirigido por Augusto Boal e produzido pelo Teatro Arena, o musical abordava as desigualdades sociais e contava com grandes nomes, como João do Vale, Zé Kéti e Nara Leão, interpretando canções que denunciavam a opressão no Brasil.

 

A participação de Maria Bethânia, atualmente com 78 anos, foi, sem dúvida, histórica. Com a saída de Nara Leão por motivos de saúde, a jovem baiana chegou ao Rio de Janeiro e, imediatamente, se dirigiu ao teatro para aprender as canções em tempo recorde. Sua estreia não passou despercebida: ao interpretar a potente Carcará, que falava sobre a força do sertão e a valentia da ave que a representava, Bethânia arrebatou o público.

 

A canção, que ficou marcada pela intensidade de sua performance, permanece até hoje no repertório da artista. Embora, nos anos seguintes, tenha se afastado de músicas como Carcará para focar em canções românticas, a música nunca foi esquecida e continua a ser um marco em sua carreira.

 

Bethânia já era conhecida no cenário musical baiano, onde cantava ao lado do irmão Caetano Veloso e dos amigos Gilberto Gil, Tom Zé e Gal Costa. Na época, ela ainda usava o nome Maria da Graça, mas a mudança para o Rio de Janeiro mudaria sua trajetória. Assim como Gal Costa, que já havia sido convidada para integrar o espetáculo Opinião, Bethânia encontrou na cidade a oportunidade que transformaria sua vida e a colocaria em um dos palcos mais importantes da música brasileira.

 

Além de sua enorme contribuição artística, a cantora se tornaria também uma referência na luta contra a censura e a repressão durante a ditadura militar, utilizando sua música como ferramenta de resistência.

Bahia Notícias

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