Salvador, 11 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Bares e restaurantes: imposto seletivo é ameaça a setor fragilizado

A mais recente pesquisa da Abrasel, realizada com 2.416 empreendedores, mostra que os bares e restaurantes ainda enfrentam significativos desafios financeiros. Mais de dois terços (64%) dos negócios não obtiveram lucro em maio25% registraram prejuízo e 39% ficaram em equilíbrio. Apenas 36% conseguiram lucrar.

 

Os estabelecimentos enfrentam um cenário desafiador, com margens de lucro cada vez mais apertadas. Dados de inflação mostram que os principais insumos, alimentos bebidas subiram 4,2% neste ano, enquanto a inflação no setor foi de apenas 1,99%. De acordo com o estudo realizado pela Abrasel, 39% dos estabelecimentos não estão conseguindo reajustar os preços conforme a inflação.

 

Esse resultado negativo vem em um momento crítico, em que se discute a regulamentação da reforma tributária, incluindo a adoção de alíquotas mais altas para produtos muito consumidos em bares e restaurantes, como as bebidas adoçadas. O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, considera que a medida causará impactos graves para um setor já fragilizado. “O imposto seletivo sobre bebidas açucaradas pode ser um golpe duro para o setor. Nossos estabelecimentos já estão lutando para manter os preços acessíveis aos consumidores e aumentar essa carga tributária só irá agravar a situação”, afirma.

 

Ainda de acordo com Solmucci, além de prejudicial, a medida proposta na regulamentação da reforma é incoerente. “Essa taxação sobre as bebidas açucaradas é completamente incompreensível. O açúcar, quando vendido como parte da cesta básica, é considerado essencial e, por isso, não é taxado. Contudo, quando utilizado em bebidas, passa a ser tratado como um vilão”, completou.

 

Entre os desafios econômicos enfrentados pelo setor, destaca-se também o alto número de empresas endividadas. De acordo com a pesquisa da Abrasel, 39% dos negócios têm dívidas em atraso. Desses, 69% devem impostos federais, como parcelas do Simples e imposto de renda, 48% devem impostos estaduais, 39% têm parcelas de empréstimos em atraso e 29% devem encargos trabalhistas.

 

Paulo Solmucci enfatizou a gravidade da situação. “A inadimplência não afeta apenas o nosso setor, mas também impacta negativamente toda a economia do país. Precisamos de medidas que incentivem a recuperação e não que penalizem ainda mais quem já está fragilizado”, conclui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja também

unnamed (1)
Após acesso à Série B e artilharia, Rodolfo encerra seu vínculo com o São Bernado: “Motivado para alcançar novos objetivos”
Fundamental para o acesso do São Bernardo à Série B, o atacante Rodolfo não continuará no Tigre na temporada...
unnamed
Contratado em definitivo, goleiro Igo Gabriel pretende fazer história no Figueirense: “Muito feliz”
Edson Bastos, Andrey, Gatito Fernández, Alex Muralha, Tiago Volpi, Wilson. Há muitos anos a camisa um...
fÓRMULA 1
FIA aprova regulamentos da Fórmula 1 para 2026 e define ajustes no formato esportivo
A Federação Internacional do Automobilismo (FIA) encerrou, nesta quarta-feira (10), a última reunião...
trofeo-copa-america-conmebol-9807
Conmebol define transmissões de Libertadores, Sul-Americana e Recopa para o ciclo 2027–2030
A Conmebol confirmou, nesta quarta-feira (10), quais grupos de mídia estarão responsáveis pela transmissão...

Opinião

clube-da-esquina
Os sonhos não envelhecem: uma análise de “Clube da Esquina” e a resistência contra a Ditadura Militar