A comunidade do Colégio Estadual Helena Magalhães, localizado no bairro Tancredo Neves, em Salvador, assistiu ao pré-lançamento do documentário “Caminhada Tupinambá”. A atividade na unidade, ocorrida nesta semana, integra as ações da Secretaria da Educação do Estado (SEC) voltadas à valorização da cultura indígena e à aplicação da Lei n° 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e das culturas afro-brasileira e indígena nas escolas.
Com direção dos professores indígenas Jacarandá Tupinambá e Rita Capotira Tupinambá, o curta-metragem promove uma reflexão profunda sobre a história e a resistência do povo Tupinambá. A proposta é estimular o pensamento crítico de estudantes e educadores, promovendo a descolonização do olhar sobre os povos originários e fortalecendo a identidade indígena na educação brasileira.
“O projeto visa levar para as escolas mais conhecimento sobre a cultura Tupinambá, principalmente desmistificar a visão que as pessoas têm de que a presença do povo Tupinambá está no passado. Buscamos mostrar que estamos no presente”, explica a professora Rita Capotira. Ela revela, ainda, que a proposta é reunir as lideranças indígenas junto com mais escolas da rede estadual para o lançamento desse documentário. “Hoje, além do documentário, trouxemos fotos e artefatos do povo Tupinambá de Olivença, localizado próximo ao município de Ilhéus”, complementa.
O filme, com 36 minutos de duração, foi contemplado pelo Edital Paulo Gustavo 2024, do Governo do Estado da Bahia. Idealizado para ser trabalhado por professores em todo o país, o documentário também inspira o uso pedagógico de um livro construído em oficinas com educadores do território Tupinambá de Olivença, trazendo à tona a perspectiva da educação pindorâmica – uma visão de mundo que une as culturas dos povos originários –, enraizada nos saberes ancestrais.
Após a exibição, foi realizada uma roda de conversa com os idealizadores do projeto, promovendo o diálogo direto com os estudantes. A ação faz parte de uma programação maior, que inclui, ainda, exposição de fotos e artefatos indígenas e feira de artesanato, com foco em estudantes da Educação Básica, professores, universitários e o público em geral.
A atividade foi considerada enriquecedora e impactante tanto por estudantes, quanto por educadores. Para a diretora da unidade escolar, Tatiane Coelho dos Santos, o momento foi de grande aprendizado, permitindo que os alunos tivessem contato direto com os relatos e vivências dos povos indígenas, o que fortalece a consciência sobre ancestralidade, identidade e direitos. Já a estudante Ingrid Passos, do 1º ano, destacou a força e resistência transmitidas na apresentação dos Tupinambá, classificando a experiência como “incrível” e revelando sua admiração pela cultura indígena.