A Prefeitura de Salvador reforçou as ações de acessibilidade em dois importantes eventos do calendário cultural da cidade: a Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô) e a Festa de Santa Dulce dos Pobres 2025. Na festa em homenagem a Irmã Dulce, que vai até esta quarta-feira (13), com quermesse, missa, serviços diversos e atrações musicais à noite, a Prefeitura contratou intérprete de Libras para os shows e profissionais qualificados para atender pessoas com deficiência (PCD).
Além disso, o evento conta desde a última quinta-feira (7) com a participação de 12 mães atípicas do projeto Empreender é com Elas, com exposição dos seus produtos na Praça Irmã Dulce até o encerramento, nesta quarta. As barraquinhas têm produtos artesanais, personalizados, doces e salgados, bijuterias e artigos infantis, entre outros. O objetivo da ação é contribuir para o empreendedorismo feminino de mães de crianças e adolescentes com deficiência e com transtornos do neurodesenvolvimento, promovendo também o autocuidado e o fortalecimento da autoestima dessas mulheres.
Na Flipelô, a participação do público PCD também foi ampliada, inclusive com a contratação temporária de pessoas para trabalhar durante o evento. Além disso, ao longo dos cinco dias, a festa literária contou com a apresentação de dança de crianças com Síndrome de Down, palestras com PCD, oficina de Libras, de audiodescrição e de poesia para o público PCD.
“Ao todo, 11 pessoas com deficiência trabalharam na equipe de acessibilidade. O evento dispôs de intérpretes de Libras, audiodescritores e guias de acessibilidade. Uma visita guiada com audiodescrição e Libras foi realizada na Fundação Casa de Jorge Amado. A Flipelô também contou com o ‘Posso Ajudar?’, com pessoas com deficiência trabalhando, inclusive um jovem autista poliglota. A equipe de acessibilidade teve pessoas com nanismo, surdez, deficiência visual, autismo, deficiência intelectual e com Síndrome de Down”, conta Daiane Pina, diretora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência (DPCD), da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer do Município (Sempre).
A diretora destaca a diversidade de medidas voltadas para promover a acessibilidade no evento e a importância dessas iniciativas: “Houve uma variedade imensa de ações de acessibilidade, desde a publicação dos cards para acessibilidade – que tiveram audiodescrição, Libras e legenda – até a atuação das equipes nos diferentes espaços culturais que participaram do evento. A curadoria de PCD do evento se preocupou com a existência de rampas nos museus, elevadores e banheiros com acessibilidade. São iniciativas de extrema importância para que a sociedade perceba que as pessoas com deficiência também produzem cultura e arte. Elas são palestrantes, são escritoras, além de serem também consumidoras desses produtos. Basta que haja acessibilidade”, afirma.
A psicóloga e escritora Glaidy Maria da Silva lançou o seu livro Coração Valente, na última quinta, no Museu de Enfermagem, e elogiou a estrutura interna do espaço. “Achei fantástica a ampliação das ações de acessibilidade da Flipelô este ano. Eu, por exemplo, fiquei em um local muito legal e de mais fácil acesso, que foi o Museu de Enfermagem, e a parte interna ficou muito bacana. A Flipelô e a Prefeitura estão de parabéns”, diz a escritora.
Diagnosticada com osteogênese imperfeita, conhecida como a doença dos ossos de vidro, ela conta que ficou muito feliz com o lançamento: “Eu lancei na edição passada o meu primeiro livro Coração de Vidro; um livro autobiográfico, que fala um pouco sobre os obstáculos e sofrimentos que enfrentamos ao longo da vida, mas também sobre o trabalho de ressignificação para vivermos, porque nós temos um coração valente, que é o nome do meu livro mais recente”.
A Flipelô é uma realização da Fundação Casa de Jorge Amado e ocorreu até o último domingo (10), com o apoio da Prefeitura de Salvador. |
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