A artista belga Émilie Dequenne, vencedora do prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes por seu papel em “Rosetta”, morreu no último domingo (16), aos 43 anos. Ela morreu em decorrência de um câncer raro em um hospital próximo de Paris, na França. A informação foi confirmada por sua família à AFP.
Dequenne revelou em outubro de 2023 que havia sido diagnosticada com um câncer nas glândulas adrenais, na região dos rins.
Nascida na Bélgica em 1981, a atriz tinha apenas 18 anos quando estrelou “Rosetta”, dirigido pelos irmãos Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne.
Ela viveu o primeiro papel de sua carreira na produção, que acompanhava a vida de uma adolescente que vivia em um estacionamento para trailers com a mãe alcoólatra. Foi em 1999 que Dequenne venceu o prêmio de melhor atriz em Cannes, quando o filme foi também premiado com a Palma de Ouro.
Ela também ficou reconhecida por seu papel em “O Pacto dos Lobos”, do cineasta Christophe Gans, que a se tornou um sucesso de bilheteria, e passou a estrelar produções voltadas ao mercado comercial e filmes independentes como “A Luz”, de Philippe Lioret, “A Garota no Trem”, em que contracenou com Catherine Deneuve, e “The Pack’, terror de Franck Ricardo.
A atriz voltou ao radar dos críticos quando estrelou, em 2012, o drama psicológico “Perder a Razão”, de Joachim Lafosse, em que viveu uma mãe responsável por assassinar os seus cinco filhos. Por esse papel, ela venceu o prêmio de melhor atriz na sessão Un Certain Regard, também em Cannes.
Dequenne ainda trabalhou com diversos outros diretores, como o francês Emmanuel Mouret, em seu “Amores Infiéis”, e Lukas Dhont, no drama “Close”, indicado ao Oscar de melhor filme internacional em 2023.
Em uma entrevista à rádio francesa France Info radio, Luc Dardenne prestou uma homenagem à atriz e lamentou que sua morte tenha acontecido tão cedo.
“Atuar era a vida dela. Ela era uma atriz que poderia ter feito muitas coisas e que as pessoas amavam”, afirmou o cineasta.
Por sua vez, o ex-presidente do festival de Cannes, Gilles Jacob, disse à AFP que Dequenne “injetou uma enorme vitalidade a um filme que já seguia a 100 quilômetros por hora”, em referência à “Rosetta”.
Ela deixa a filha Milla, nascida em 2002.
 

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