Os Coletivos Bahia pela Paz são caracterizados como centros de referência em direitos humanos, localizados em regiões com alta vulnerabilidade. Os equipamentos são compostos por equipes multiprofissionais, que envolvem o trabalho de advogados, assistentes sociais e psicólogos, tendo como público-alvo jovens de 12 a 29 anos de idade, bem como suas respectivas famílias. A iniciativa ainda promove uma ampla perspectiva da política de segurança pública, visando a prevenção e a redução da violência.
“A gente sabe que precisa abraçar cada vez mais as comunidades, sobretudo em questões complexas que envolvem segurança pública. Não é uma tarefa fácil, mas quando unimos esforços dos poderes públicos com a sociedade, temos chances maiores de bom êxito na execução dessas políticas públicas e demais ações tão importantes para o município, para o nosso povo”, afirmou o prefeito Luiz Catano.
O titular da SJDH, Felipe Freitas, destacou que a iniciativa também pauta o diálogo estreito com as comunidades, para que as ações do projeto correspondam à realidade de quem vive os problemas da violência no seu dia a dia. A expectativa é de que o termo de pactuação entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Camaçari seja assinado até o final do ano.
“Problemas complexos, precisam de soluções complexas. Contamos com um grupo integrado, movido por uma sinergia ímpar. O Governo do Estado e a Prefeitura de Camaçari vão assumir um compromisso mais formal no combate à violência, ao crime organizado e à promoção de uma cidade da paz. Estamos muito felizes e certos de que vamos fazer aqui uma grande experiência nacional de prevenção à violência e de promoção à cultura de paz”, pontuou o secretário estadual.
Ao longo do encontro ficou definida a criação de um grupo de trabalho para alinhamento das demandas e áreas mais afetadas na cidade. Um diagnóstico prévio, alerta para um plano estratégico na sede e nos distritos de Monte Gordo e Vila de Abrantes. Os dados que compõem o Atlas da Violência 2025 também integraram as discussões, fortificando o debate de estratégias.
No caso da violência contra a mulher, por exemplo, a Secretaria da Mulher (Semu) apresentou o trabalho ostensivo realizado em todo município, pautado no autoconhecimento, acolhimento e reintegração, com o objetivo de prevenir possíveis casos de feminicídio.
“O programa Qualifica Mulher, destinado principalmente àquelas mulheres vítimas de violência, promove qualificação em setores diversos, com cursos de operador de produção e agente de higienização, entre outros. A atuação chega ao município como um todo, desde sede, orla e zona rural. Além disso, estamos trabalhando no lançamento do Selo Camaçari Mulher. As empresas que aderirem a esse selo, terão que contratar no seu quadro de funcionários cerca de 30% de mulheres, incluindo as vítimas de violência e mulheres com mais de 40 anos que estão com dificuldades para serem reinseridas ou inseridas no mercado do trabalho. A gente só trata opressão feminina com autonomia financeira”, explicou a secretária da Mulher, Branca Patrícia.
A secretária de Saúde, Rosangela Almeida, trouxe a contribuição das ações da Sesau numa perspectiva interdisciplinar de combate à violência. “Temos duas abordagens. Aquela em que tratamos casos de violência no âmbito da recuperação, mas também na questão da prevenção ao uso de álcool e outras drogas, bem como no controle do diagnóstico de algumas doenças que por vezes, estão relacionadas com a questão do uso indiscriminado de substâncias, a exemplo do HIV e da sífilis. Com isso, temos priorizado o autocuidado, as ações de prevenção desde a etapa escolar, em parceria com a Secretaria da Educação. Acredito que a chegada desse coletivo vai nos ajudar a ampliar ainda mais esse trabalho já existente no município”, disse.
Também estiveram presentes o secretário da Educação, Márcio Neves; a secretária de Desenvolvimento Social, Jeane Gleyde; a secretária de Desenvolvimento Econômico, Adriana Marcele; a secretária de Governo, Ednalva Santana; o secretário de Serviços Públicos, Hindemburgo Teles; a secretária de Administração, Fabiana Montenegro, a secretária da Mulher, Branca Patrícia e o secretário da Infraestrutura, Jose Mário; além do procurador do município, Carlos Medrado.
Bahia Pela Paz
O Bahia Pela Paz, implementado no estado em junho de 2024, conta com ações estruturadas em cinco eixos operacionais, que viabilizam desde a formação político-cidadã, até a produção e difusão de conhecimento relacionado à defesa dos Direitos Humanos, à prevenção da violência e à redução da criminalidade.
O cronograma prevê a atuação, em dois anos, de 24 Coletivos espalhados pelo estado. Já estão em funcionamento dois equipamentos em Feira de Santana, que receberá mais uma unidade, e quatro em Salvador, que futuramente ganhará oito novos espaços, totalizando 12 coletivos na capital.
Nessa estratégia de ampliação, além de Camaçari, outros seis municípios também entram na lista. São eles: Simões Filho, Dias d’Ávila, Lauro de Freitas, Santo Antônio de Jesus, Jequié e Valença.
Foto: Patrick Abreu