Salvador, 11 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Representando mais de 100 marcas negras, empresária baiana é exemplo de luta e empreendedorismo no Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

O próximo dia 25 de Julho é conhecido como o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. Esta data foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), e tem como objetivo lembrar e valorizar a força dessas mulheres na sociedade, além de marcar a luta por direitos e representatividade.

 

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada mostram que mesmo mulheres negras correspondendo a 28,3% da população brasileira em 2022, há uma forte sub-representação em cargos de gerência. Essa realidade reforça ainda mais a necessidade da valorização e do debate da importância das mulheres negras ocuparem esses espaços de destaque. Desse modo, é de suma necessidade destacar a história de Cynthia Paixão, criadora da loja AfroCentrados Colab, que tem como objetivo incentivar o apoio a empreendedores afrodescentes, promovendo a circulação de recursos dentro da comunidade.

 

Com uma história marcante na cultura afro-brasileira e no empreendedorismo, Cynthia começou no ramo do empreendedorismo aos 12 anos, como uma forma de complementar a renda da família. Entretanto, além de empreender desde criança, ela também atuou em outros cenários, começando a carreira como dançarina e professora de dança afro, destacando-se como Rainha do Bloco Malê Debalê e Deusa do Ébano do Ilê Aiyê.

 

“A cultura afro é parte muito importante da minha história, são formas de expressão da nossa negritude e ancestralidade, mas também de resistência. Por isso, esse 25 de julho é muito importante. No Brasil, a data também significa o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi Rainha do Quilombo e uma das líderes da resistência contra a escravidão. É uma data que celebra histórias de superação e que nos lembra toda a luta por igualdade de direitos”, destaca.

 

Sempre lembrando das atividades como ativista e panfletária, Cynthia Paixão teve inspiração para a criação de sua loja. Na Afrocentrados, ela mantém viva a luta por uma sociedade mais justa. A loja incentiva o apoio a empreendedores afrodescentes, promovendo o fortalecimento do movimento Black Money, pautado no empreendedorismo negro e no fortalecimento econômico desse grupo social.

 

O movimento Black Money visa fortalecer o empreendedorismo negro, por meio do incentivo do consumo de produtos e serviços produzidos por pessoas negras. No Brasil, dados do IBGE explicitam que o rendimento médio mensal de pessoas brancas (R$3.273) corresponde a  64,2% a mais do que de pessoas negras (R$1.994). Essa realidade mostra o porquê o empreendedorismo negro é tão relevante. Segundo dados do Movimento Black Money, os empreendedores negros correspondem a 51% da categoria no Brasil, movimentando 24% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

Esses dados mostram a importância de personalidades como Cynthia Paixão, que conseguiu uma importante conquista: a Afrocentrados se expandiu e abriu um espaço em um dos principais shoppings de Salvador – o Shopping Bela Vista.

 

Cynthia Paixão, sendo uma mulher negra, ativista, com trajetória marcante na cultura afro-brasileira e empreendedora de sucesso, mostra que é possível sim prosperar e chegar a espaços que antes eram negados a essas pessoas. A Afrocentrados, assim, além de oferecer ferramentas para o desenvolvimento do empreendedorismo negro, também serve como fonte de inspiração, principalmente devido a uma história de muita luta, mas também de muitas conquistas.

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